Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 3 de junho de 2023
As autoridades ambientais investigam a morte de milhares de aves marinhas cujos corpos ficaram espalhados pela região de Coquimbo, no norte de Chile.
As estimativas de mortes de animais são as seguintes:
– Pelo menos 3.500 biguás-do-guano, de dorso preto e abdômen branco, parecidos com pinguins, desde 26 de maio, segundo as estimativas do Serviço Agrícola e de Pecuária (SAG).
– Cerca de 10% dos 10 mil pinguins de Humboldt, uma espécie vulnerável.
– Além de 9.000 lobos-marinhos, o dobro de todos os casos registrados nos últimos 14 anos.
As mortes dos pinguins e dos lobos-marinhos é atribuída a um surto de gripe aviária que atinge todo o litoral chileno, mas os biguás-do-guano não foram contaminados por essa gripe.
O diretor do SAG em Coquimbo, Jorge Mautz, disse que é possível falar com confiança que essas mortes não foram causadas pela gripe aviária.
As autoridades investigam agora o que pode ter ocasionado a morte das milhares de aves, em um fenômeno que surpreendeu os moradores do lugar.
Para o diretor regional do SAG “algo está acontecendo no mar” que provoca a morte dessas aves que mergulham nos oceanos em busca de alimentos.
Centenas de animais foram recolhidos esta semana a poucos metros de restaurantes, hotéis e cassinos.
Jacarés no esgoto
Em Jacarepaguá, bairro do Rio de Janeiro, os jacarés convivem com lixo e o esgoto. Segundo Ricardo Freitas Filho, biólogo do Instituto Jacaré, os animais sofrem com a contaminação pelos resíduos.
“A gente observou que mais de 80% de todos os jacarés apresentam lixo dentro do estômago. Plástico, sacola, balão de festa, pedaços de garrafa pet, latinhas, resquícios de todos os lixos domésticos que a gente possa imaginar”, conta.
O biólogo também fala sobre a participação da sociedade na preservação desses animais.
“Falta muita preocupação do meio do desenvolvimento urbano, político e social em questão ao meio ambiente. A primeira reação que o jacaré faz? Ele se enterra, porque isso dá proteção para ele. E, quando você vem com o maquinário, ele fica aterrado, não consegue mais subir”, diz.
Jacarepaguá foi um nome dado para a região que, na língua original do tupi-guarani, significa vale dos jacarés.
“Os jacarés são os proprietários de toda essa região, na verdade. Nós é que somos os invasores. Eles são donos do lugar”, conta Ricardo.
O biólogo não é um estranho no ninho. Há 23 anos, ele pesquisa e trabalha com a proteção dos jacarés, impactados pelo crescimento da cidade. Para atrair os animais com objetivo de catalogá-los, Ricardo fala o ‘jacarês’. Ele imita o som emitido pelos filhotes para, assim, conseguir se aproximar dos animais e fazer a captura.
Com a captura, é possível estudar os animais e extrair informações importantes dos bichos. É uma luta contra o fim. A população de jacarés está em desequilíbrio.
“Ao menos 37% da população dos jacarés é de machos e eles têm uma baixa taxa de reprodução”, finaliza.