Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

No Chile, 4.500 aves e 9.000 lobos-marinhos morreram; autoridades não sabem o que está acontecendo

As autoridades ambientais investigam a morte de milhares de aves marinhas cujos corpos ficaram espalhados pela região de Coquimbo, no norte de Chile.

As estimativas de mortes de animais são as seguintes:

– Pelo menos 3.500 biguás-do-guano, de dorso preto e abdômen branco, parecidos com pinguins, desde 26 de maio, segundo as estimativas do Serviço Agrícola e de Pecuária (SAG).

– Cerca de 10% dos 10 mil pinguins de Humboldt, uma espécie vulnerável.

– Além de 9.000 lobos-marinhos, o dobro de todos os casos registrados nos últimos 14 anos.

As mortes dos pinguins e dos lobos-marinhos é atribuída a um surto de gripe aviária que atinge todo o litoral chileno, mas os biguás-do-guano não foram contaminados por essa gripe.

O diretor do SAG em Coquimbo, Jorge Mautz, disse que é possível falar com confiança que essas mortes não foram causadas pela gripe aviária.

As autoridades investigam agora o que pode ter ocasionado a morte das milhares de aves, em um fenômeno que surpreendeu os moradores do lugar.

Para o diretor regional do SAG “algo está acontecendo no mar” que provoca a morte dessas aves que mergulham nos oceanos em busca de alimentos.

Centenas de animais foram recolhidos esta semana a poucos metros de restaurantes, hotéis e cassinos.

Jacarés no esgoto

Em Jacarepaguá, bairro do Rio de Janeiro, os jacarés convivem com lixo e o esgoto. Segundo Ricardo Freitas Filho, biólogo do Instituto Jacaré, os animais sofrem com a contaminação pelos resíduos.

“A gente observou que mais de 80% de todos os jacarés apresentam lixo dentro do estômago. Plástico, sacola, balão de festa, pedaços de garrafa pet, latinhas, resquícios de todos os lixos domésticos que a gente possa imaginar”, conta.
O biólogo também fala sobre a participação da sociedade na preservação desses animais.

“Falta muita preocupação do meio do desenvolvimento urbano, político e social em questão ao meio ambiente. A primeira reação que o jacaré faz? Ele se enterra, porque isso dá proteção para ele. E, quando você vem com o maquinário, ele fica aterrado, não consegue mais subir”, diz.

Jacarepaguá foi um nome dado para a região que, na língua original do tupi-guarani, significa vale dos jacarés.

“Os jacarés são os proprietários de toda essa região, na verdade. Nós é que somos os invasores. Eles são donos do lugar”, conta Ricardo.

O biólogo não é um estranho no ninho. Há 23 anos, ele pesquisa e trabalha com a proteção dos jacarés, impactados pelo crescimento da cidade. Para atrair os animais com objetivo de catalogá-los, Ricardo fala o ‘jacarês’. Ele imita o som emitido pelos filhotes para, assim, conseguir se aproximar dos animais e fazer a captura.

Com a captura, é possível estudar os animais e extrair informações importantes dos bichos. É uma luta contra o fim. A população de jacarés está em desequilíbrio.

“Ao menos 37% da população dos jacarés é de machos e eles têm uma baixa taxa de reprodução”, finaliza.

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