Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

No Uruguai, o presidente da Assembleia Legislativa do RS participa de encontro de líderes da América Latina

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Pepe Vargas (PT), foi um dos painelistas da terceira edição do ciclo de debates “Democracia, Equidade e Enfrentamento do Autoritarismo”, realizado nessa quinta-feira (27) pelo Instituto Novos Paradigmas em Montevidéu (Uruguai). A programação reuniu parlamentares e líderes da América Latina.

Também participaram os deputados estaduais Matheus Gomes (Psol) e Miguel Rossetto (PT). A vice-presidente eleita do Uruguai, Caroline Cosse, e o futuro secretário-geral Alejandro Sánchez, discursaram na abertura do evento, realizado com apoio do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE) e da Open Society Foundations, rede internacional de filantropia fundada nos Estados Unidos.

Vargas, que mencionou a defesa da democracia como um de seus compromissos ao assumir o comando da Assembleia Legislativa, no dia 3 de fevereiro, reiterou na capital do país vizinho a importância dos mecanismos de participação popular na construção das políticas públicas. Para ele, um dos principais desafios dos governos nesse aspecto é ampliar a participação social.

Ressaltou, ainda, a importância de os países latino-americanos construírem respostas conjuntas em diversas áreas: “Precisamos ver o que conseguimos construir bilateralmente e o que podemos avançar em conjunto. Temos que ter a capacidade de desenvolver nossos países, nossa indústria e tecnologia”. Ele citou como exemplo a construção de meios de integração e acordos para investimentos em corredores logísticos e de transição energética.

“O acordo entre Brasil e Uruguai para construção da ponte entre as cidades de Jaguarão [Fronteira-Oeste gaúcha] e Rio Branco [Uruguai] e a hidrovia do Mercosul são investimentos importantes para o desenvolvimento da Metade Sul do nosso Estado”, concluiu.

Trajetória

O percurso política de Pepe Vargas começou em 1974, aos 16 anos, apoiando as candidaturas que faziam oposição à ditadura (1964-1985). Com a reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Sul (UEE-RS), ambas fechadas pelo regime militar e reorganizadas após a Lei da Anistia de 1979, Pepe passou a atuar no movimento.

Na década seguinte, foi um dos líderes da Caravana das Diretas, movimento da UEE-RS (da qual era diretor) que percorreu cidades gaúchas defendendo a realização de escolha direta para presidente da República, em 1984 – possibilidade derrubada por maioria de votos no Congresso Nacional e que só se concretizaria em 1989.

Pepe também esteve envolvido nas atividades que levaram à fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980. Sua trajetória parlamentar começou em 1989, ao ser eleito o primeiro vereador da sigla em Caxias do Sul, cidade onde chegara aos 5 anos, vindo com a família de Nova Petrópolis.

Em 1994, conquistou seu primeiro mandato de deputado estadual e dois anos depois chegou a prefeito, em segundo turno disputado com o então deputado federal Germano Rigotto (do MDB e que depois seria governador). Foi reeleito em 2000, também em segundo turno, vencendo o então deputado federal José Ivo Sartori (do MDB e que também seria governados).

Eleito deputado federal em 2006, 2010 e 2014, Pepe Vargas foi presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados e presidiu no Congresso Nacional a Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas, responsável pelas tratativas que regulamentaram o sistema tributário Simples Nacional.

Também chefiou três ministérios durante a gestão da presidente Dilma Rousseff (2011-2015): Desenvolvimento Agrário, Direitos Humanos e Relações Institucionais.

Ele retornou à Assembleia Legislativa em 2019, passando a presidir comissões importantes, como a destinada a debater a reforma da Previdência e a crise do IPE Saúde, bem como a que sugeriu medidas sobre os benefícios ficais concedidos pelo governo gaúcho. Liderou, ainda, frentes parlamentares em defesa da Petrobras, dos usuários de rodovias pedagiadas e das vítimas da covid.

(Marcello Campos)

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