Sábado, 22 de fevereiro de 2025

Novo coronavírus “com potencial pandêmico” é descoberto na China

Pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, detectaram uma nova cepa de coronavírus com capacidade de se espalhar pelos humanos vivendo em morcegos. De acordo com um estudo publicado na revista científica Cell, o HKU5-CoV-2 é surpreendentemente semelhante ao Sars-CoV-2, que causou a pandemia de covid-19.

Investidores acompanharam a notícia da descoberta do novo coronavírus e o dólar encerrou em alta de 0,46%, a R$ 5,73, nessa sexta-feira (21). A moeda operou de lado durante boa parte do dia, mas isto acabou aumentando a aversão a risco no dia, o que causa uma fuga de ativos como as moedas emergentes, grupo do qual o real faz parte. Além disso, a forte queda das cotações de petróleo também pressionou a moeda brasileira.

O HKU5-CoV-2 é um coronavírus pertencente à família de patógenos merbecovírus. Vírus dessa família foram detectados em visons e pangolins – o animal que se acredita ser o intermediário da covid entre morcegos e humanos.

Os pesquisadores também descobriram que o HKU5-CoV-2 utiliza o receptor ACE2 para infectar organismos. Este é o mesmo receptor usado pelo Sars- CoV-2 para invadir as células humanas. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de usar uma técnica chamada Cryo-EM, que utiliza um microscópio poderoso.

O HKU5-CoV-2 foi capaz de infectar culturas de células humanas nos modelos de órgãos mini-humanos que os cientistas usaram.

“Os merbecovírus de morcegos, que estão filogeneticamente relacionados com o MERS-CoV, representam um elevado risco de propagação para os seres humanos, quer através de transmissão direta ou facilitada por hospedeiros intermediários”, afirma o estudo. Mas reforçam que o potencial do HKU5-CoV-2 se espalhar para os humanos “ainda precisa ser investigado”.

Sem preocupação

A bióloga Mel Markoski, pós-doutora em Imunologia e professora de Biossegurança da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), explica que, embora o estudo mostre que o microorganismo possui o potencial de se ligar a esses receptores, ele ainda é apenas uma previsão baseada em dados laboratoriais.

“Isso não significa que o vírus tenha as condições necessárias para causar uma infecção real em humanos”, afirma a pesquisadora.

Embora o estudo mostre que o vírus tem o potencial de se ligar a esses receptores, não há ainda evidências que indiquem que ele tenha a capacidade de causar uma infecção em humanos.

Para que o vírus se torne uma ameaça real, ele precisaria superar outras barreiras biológicas, como a resposta imunológica humana e fatores que facilitam sua replicação e transmissão.

“O importante é sempre fugir dos extremos: não é algo totalmente irrelevante, mas não é uma nova pandemia decretada”, acrescenta Isaac Schrarstzhaupt, doutorando em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (Usp) e coordenador da Rede Análise Covid-19.

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