Quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Novo líder da bancada evangélica diz que não fará oposição a Lula

O novo presidente da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP), afirmou em entrevista ao Estadão que não vai fazer oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nascimento, porém, disse que os evangélicos sofrem com a situação econômica e criticou mudanças de posição por parte do Executivo.

Gilberto Nascimento foi eleito líder da bancada evangélica ao vencer o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) em meio a racha na Frente. Ele foi apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas evitou falar sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e a anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro, temas caros ao ex-chefe do Executivo.

Nascimento se apresenta como um “conciliador”, que vai transformar a Frente em uma bancada propositiva após polêmicas de gestões anteriores, como o projeto de lei que equipara o aborto ao crime de homicídio. O novo presidente afirma, porém, que a FPE vai continuar com pautas de costume prioritárias.

1) Quais vão ser as pautas prioritárias da frente nesta nova gestão?

Continua as mesmas pautas que estão aí. Hoje nós somos contra o aborto, entendemos que a legislação que está aí já protege dentro da legalidade. Em que pese nós somos a favor da vida desde a sua concepção e nós somos contra a liberação dos jogos de azar e a flexibilização da Lei Antidrogas e contra o feminicídio. Mas a Frente não pode ficar somente nessas pautas, nós queremos como Frente discutir o Brasil, discutir a economia do Brasil que, na minha forma de ver, tem muitas dificuldades hoje. Os membros da Frente Parlamentar também tem ideias para isso. Nós achamos um absurdo a questão da dívida interna, que está virando impagável, e os juros que pagamos todos os dias.

2) Os últimos presidentes da FPE fizeram oposição ao governo Lula. O senhor vai fazer?

Não. Eu acho que a Frente Parlamentar Evangélica não deve ser uma frente de oposição ou de governo, ela tem que ser uma frente propositiva, que discuta o Brasil e os seus pontos de vista. A Frente Parlamentar tem todas as tendências, desde o PSOL até o PL. Você pode fazer oposição sistemática dentro dos partidos. Então que façam dentro dos seus partidos porque a Frente vai ser do diálogo e propositiva.

3) Qual vai ser a posição da bancada evangélica sobre a anistia?

A anistia é uma questão partidária. Não é uma coisa que a Frente vai discutir, eu acho que cada partido vai discutir e, logicamente, os deputados vão estar na posição dos seus partidos. Não é uma coisa que tem a ver com a Frente Parlamentar.

4) Vai haver um revezamento com a deputada Greyce Elias?

Eu fui eleito para um mandato de dois anos, portanto não cabe a minha parte uma renúncia. Eu a convidei para ser a minha vice. Eu vou, se Deus quiser, a partir de março do ano que vem, me licenciar da presidência da Frente e ela vai assumir.

5) As pesquisas mostram uma crescente desaprovação do governo Lula entre os evangélicos. Os evangélicos se sentem beneficiados pelo governo Lula ou não?

Os evangélicos são uma parcela da população. Então, 30% da população são evangélicos. Enquanto os 70% sofrem com determinadas situações, os outros 30% sofrem também. Na hora que você vai ao supermercado, o supermercado não tem um preço para o evangélico e do não evangélico. Então todos estão sentindo os mesmos problemas. O preço dos produtos vão subindo, a inflação vai se descontrolando. Quando a pessoa vai pagar a escola do filho dela, já ficou mais caro. Quando vai pôr gasolina, ficou mais caro. Então é natural que as pessoas tenham o mesmo sentimento de desaprovação. (Estadão Conteúdo)

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