Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 18 de dezembro de 2021
Novo presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohammed Ben Sulayem ainda não sabe se vai perdoar Lewis Hamilton pela falta na premiação da entidade, em Paris. O dirigente reconheceu que o piloto da Mercedes ficou “destroçado” com a derrota para Max Verstappen na Fórmula 1, mas considerou que a entidade deve ser a primeira a cumprir as próprias regras.
O Artigo 6.6 do Código Esportivo determina que os “pilotos que terminarem em primeiro, segundo e terceiro no campeonato devem estar presentes na cerimônia anual de Premiação da FIA”. Hamilton, porém, não compareceu.
O britânico engoliu atravessado a derrota para o rival da Red Bull no GP de Abu Dhabi. Lewis dominou praticamente toda a corrida, mas viu a sorte virar com cinco voltas para o fim, quando Nicholas Latifi estampou o muro de Yas Marina. A equipe dos energéticos agiu rápido e chamou Max para trocar os pneus assim que o carro de segurança foi acionado, mas Hamilton permaneceu na pista, com um jogo de pneus duros desgastados.
Inicialmente, Michael Masi, diretor de prova, anunciou que os retardatários não poderiam ultrapassar, o que resultou um protesto imediato de Christian Horner, chefe da equipe dos energéticos. Depois, porém, o dirigente liberou a passagem apenas dos que estavam entre Hamilton e Verstappen, deixando os dois para uma disputa ‘mano a mano’.
Apesar da reclamação da Mercedes, a corrida foi reiniciada para uma única volta e, assim, Hamilton não teve como se defender de Verstappen. O holandês venceu a corrida e, também, o campeonato.
O time de Brackley chegou a apresentar dois protestos ― um por Verstappen ter ultrapassado Hamilton brevemente durante o safety-car e outro pela execução da regra do carro de segurança pela direção de prova ―, mas teve ambos rejeitados pela FIA. A Mercedes cogitou levar o caso para instâncias superiores, mas abandonou as queixas após a FIA anunciar que faria uma revisão dos acontecimentos de Abu Dhabi.
Hamilton optou por não comparecer ao evento, assim como Toto Wolff, chefe da Mercedes. A equipe, campeã do Mundial de Construtores, foi representada por James Allison, diretor-técnico.
Substituto de Jean Todt no comando, caberá a Sulayem julgar se a ausência do piloto no evento desta semana em Paris foi uma infração ao regulamento.
“No fim das contas, regras são regras”, disse o novo presidente na primeira coletiva após a eleição. “Então vamos olhar para isso para ver se as regras técnicas existem para serem aplicadas e ele as violou. Terei de ver”, seguiu.
“Claro, nós também temos de seguir as nossas regras. Mas, ao mesmo tempo, isso não nos impede de fazer um campeão se sentir bem em relação ao esporte”, ponderou. “É fácil ser legal com as pessoas. E é barato ser legal. E isso também motiva as pessoas. Mas, com certeza, se houve uma infração, não há perdão para isso”, argumentou.
Questionado se estava descartando perdoar Hamilton pela ausência, Sulayem respondeu: “Perdão está sempre lá, mas regras são regras. Vamos olhar o regulamento”.
“E eu sempre digo: regras não nascem espontaneamente. Elas são feitas por humanos… e elas podem ser melhoradas e modificadas por humanos. Então as regras estão lá para serem melhoradas”, avaliou. “Sei que Lewis está realmente triste pelo que aconteceu e, em uma palavra, diria que ele está despedaçado. Mas temos de ver se houve uma infração”, seguiu.
“Não posso dizer [agora]. Sou presidente há poucas horas e comecei a dar respostas sem olhar os fatos”, completou.
Caso a FIA opte por uma punição, Hamilton pode receber uma multa, mas deve escapar de sanções esportivas.