Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 7 de janeiro de 2023
A Food and Drug Administration (FDA), agência federal reguladora dos alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, autorizou na última sexta-feira (6) um novo medicamento, bastante esperado, contra o Alzheimer. O remédio tem o objetivo de reduzir o declínio cognitivo em pacientes que sofrem dessa doença neurodegenerativa.
O novo tratamento, que será comercializado pela farmacêutica Eisai sob o nome Leqembi, é recomendado pela FDA para pacientes que ainda não tenham atingido um estágio avançado da doença. Ele representa “um passo importante em nossa batalha para tratar de forma eficaz a doença de Alzheimer”, que afeta cerca de 6,5 milhões de americanos, ressaltou a agência americana.
O Leqembi, cujo princípio ativo se chama lecanemab, ataca os depósitos de uma proteína chamada beta-amiloide. Embora a causa do Alzheimer continue sendo pouco conhecida, os pacientes apresentam placas amiloides no cérebro, que se formam ao redor dos neurônios e os destroem, provocando a perda de memória característica da doença.
Estudos da droga – uma infusão intravenosa administrada a cada duas semanas – sugerem que ela é mais promissora do que o escasso número de outros tratamentos disponíveis. Ainda assim, vários especialistas em Alzheimer disseram que não estava claro pelas evidências médicas se Leqembi poderia retardar o declínio cognitivo o suficiente para ser notado pelos pacientes.
A autorização da FDA se baseia nos resultados de testes clínicos que mostraram que o medicamento ajudou a reduzir as placas amiloides. A agência também menciona os resultados de testes clínicos mais amplos, publicados recentemente na revista científica New England Journal of Medicine, cujos artigos foram co-escritos por cientistas da principal empresa que fabrica o medicamento.
Esses estudos, que envolveram cerca de 1.800 pessoas acompanhadas por 18 meses, revelaram uma redução de 27% no declínio cognitivo em pacientes tratados com o lecanemab. Mas os testes clínicos também mostraram efeitos colaterais graves: alguns dos pacientes sofreram hemorragias cerebrais. Além disso, uma pessoa morreu.
Este é o segundo tratamento para o Alzheimer aprovado recentemente pela FDA, depois do Aduhelm, cujo lançamento, em 2021, não obteve o êxito esperado.
A Eisai, uma empresa farmacêutica japonesa que liderou o desenvolvimento e teste do medicamento, fechou uma parceria com a empresa americana Biogen, fabricante do Aduhelm, para sua comercialização e marketing, e as empresas dividirão os lucros igualmente.