Domingo, 22 de setembro de 2024

O Brasil passou a ter o segundo maior juro real do mundo após a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom)

O Brasil passou a ter o segundo maior juro real do mundo após o Comitê de Política Monetária (Copom) determinar a elevação da taxa básica de juros. O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal do País subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses.

O Banco Central do Brasil (BC) decidiu na última quarta-feira (18) aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.), para 10,75% ao ano. Assim, segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do País ficaram em 7,33%. O líder do ranking é a Rússia, com taxa real de 9,05%.

Na última divulgação, em 31 de julho, o Brasil ocupava a terceira colocação da lista. A combinação de inflação mais forte e cenário externo desafiador continua a pressionar o fechamento da taxa real de juros, informou o MoneYou. A Argentina continuou com o último lugar no ranking. Apesar de, em junho, ter perdido para a Turquia o posto de maiores taxas nominais da lista (40% ao ano, frente aos 50% da Turquia), o país também enfrenta uma inflação altíssima, o que acaba derrubando as taxas reais.

Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira ficou na 4ª posição, ao lado de outros dois países:

– Turquia: 50%
– Argentina: 40%
– Rússia: 19%
– Brasil: 10,75%
– Colômbia: 10,75%
– México: 10,75%
– África do Sul: 8,25%
– Hungria: 6,75%
– Índia: 6,50%
– Filipinas: 6,25%

Juros EUA e Brasil

Após a Superquarta, com corte de juro pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e elevação da Selic pelo Banco Central, o diferencial entre as taxas americana e brasileira voltou a subir após mais de dois anos. A última elevação havia ocorrido em agosto de 2022, quando o BC brasileiro fixou a Selic em 13,75%.

A partir daquele momento, a Selic permaneceu intocada por um ano, até agosto de 2023, e então passou a cair. Já a taxa americana só subiu, saindo de 2% a 2,25% para 5,25% a 5,5%. Desta maneira, o diferencial entre as taxas só caiu.

O principal efeito da elevação do diferencial, segundo economistas, deve ser a apreciação do câmbio do país e consequente alívio para a inflação. Isso acontece porque a taxa mais elevada no Brasil deve atrair divisas para ativos de renda fixa no País.

“O Banco Central vinha reclamado que o câmbio desvalorizou muito e acabou puxando a inflação, já que assim há mais exportação e menor poder para importar. A expectativa é de que o real fique mais valorizado”, afirma Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

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