Sexta-feira, 18 de outubro de 2024

O clima de Lula com os banqueiros: em reunião com trocas de gentilezas, pontos principais de incômodo do setor financeiro foram abordados evitando tom de acusação ou desconfiança

O presidente Lula se reuniu nesta semana com os chefões dos maiores bancos privados do País, Itaú, Bradesco, Santander, Safra e BTG Pactual – um encontro que foi solicitado pelos banqueiros há mais de dois meses. O tom foi sereno, com trocas de gentilezas e de recados sutis, mas “sem excesso de bom humor”, definiu uma fonte.

Não é que o grupo tenha saído da reunião vendo um Brasil cor-de-rosa, mas reforçar.

“Haddad está muito próximo do setor financeiro e reforçando seu compromisso fiscal, mas tem hora que é necessário ouvir da boca do chefe”, resumiu um dos participantes do encontro ao Pipeline. Ninguém levantou a bola da conta parafiscal, por exemplo, que tem sido tema econômico dominante. “Não era o caso, ninguém foi apontar o dedo, mas construir pontes”, disse a fonte.

Como depois lembrou Isaac Sidney, presidente da Febraban, que também estava na reunião, com os presidentes dos bancos públicos Lula tem canal direto – o que explica a ausência de Caixa e BB. Mas o presidente andava mais distante dos privados (com exceção do BTG, cujo controlador foi recebido ao menos duas vezes nos últimos meses em reuniões individuais no Planalto).

Se o presidente acenou ao fiscal, os banqueiros abordaram a pedra no sapato do presidente, os juros altos, com um compromisso de uma frente no Conselhão para debater o tema. Os banqueiros também falaram sobre a expansão das bets e a preocupação com o endividamento das famílias.

Elogios

Durante reunião com o presidente Lula, banqueiros elogiaram o encontro do político com agências de risco.

Os representantes dos bancos estimularam que o governo siga buscando o grau de investimento, e afirmaram que é “fundamental” Lula “continuar respaldando” a agenda econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O apoio à agenda de Haddad e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, foi dado pelos banqueiros no momento em que os dois fecham um pacote de corte de gastos estruturais – que ainda depende da aprovação presidencial.

Em resposta à fala dos banqueiros, Lula disse que acredita e tem total confiança em Haddad. E acrescentou que “fará o que for necessário” para garantir o equilíbrio das contas públicas e manter a economia crescendo de forma sustentável.

Do lado do governo, participaram da reunião Lula e os ministros Fernando Haddad e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

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