Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 12 de outubro de 2024
Feed zero é um fenômeno da Geração Z que aponta para uma rejeição à ampla exposição, permanência online e excesso de rastros digitais de jovens no Instagram, Facebook e X (antigo Twitter), por exemplo. Na prática, esse movimento indica que pessoas nascidas entre 1997 e 2012 estão postando cada vez menos conteúdos nos próprios feeds das redes sociais.
Embora continuem presentes e interajam ativamente nessas plataformas com frequência, muitos deles publicam pouco ou quase nada em seus perfis, dando preferência a conteúdos temporários, como os stories. A seguir, saiba mais sobre essa tendência e entenda porque os mais novos têm evitado postar em suas redes.
Os jovens nascidos entre 1997 e 2012 têm os próprios hábitos de consumo e navegação online. Um estudo do Pew Research Center revelou que usuários americanos entre 18 e 25 anos são a única faixa etária que diminuiu o uso de mídias sociais desde 2019. O distanciamento é percebido em todas as redes sociais analisadas, com exceção do TikTok, que segue como preferência dessa faixa etária. Segundo a pesquisa, as mudanças na estrutura desses apps, têm gerado desinteresse e até mesmo desconfiança.
É importante lembrar que muitos desses jovens cresceram com acesso ilimitado à internet, em um período no qual a interação social e a presença online se tornaram centrais em seu cotidiano desde a infância ou adolescência. Essa dinâmica impacta diretamente suas experiências online, resultando, em muitos casos, na desilusão com as redes sociais. A frustração está ligada a diversos fatores, como, por exemplo, a cultura das hierarquias tóxicas, que se baseiam no número de curtidas, seguidores e outras métricas de validação social. Além disso, a exposição frequente a conteúdos como clickbaits e postagens superficiais, que continuam a atrair a curiosidade de públicos mais velhos, também são rejeitados pela juventude, mais interessada em interações e conteúdos considerados autênticos.
Uma das principais características da Gen Z na internet é o uso intenso de ferramentas como stories, no Instagram ou publicações efêmeras no Snapchat, onde o conteúdo desaparece após 24 horas. As interações temporárias se tornam mais comuns do que as postagens fixas, que ficam no feed para visualização permanente. Esse padrão está associado ao desejo de controlar a exposição online, evitando o acúmulo de rastros digitais que possam ser revistos ou julgados no futuro. Isso cria uma sensação de maior liberdade e privacidade, permitindo que compartilhem momentos de forma espontânea.
Fenômeno
Outra tendência da Geração Z é o fenômeno “feed zero”, ou seja, o hábito de não publicar muitos conteúdos permanentes em seus perfis. Grande parte desses jovens prefere uma presença online mais sutil, compartilhando fragmentos de suas vidas que logo desaparecem, sem criar registros permanentes. Em vez de publicar no feed principal, costumam interagir por comentários, mensagens diretas e conteúdos efêmeros.
O padrão é o oposto do comportamento dos Millennials, geração anterior que tende a usar as plataformas sociais como vitrines de seus melhores momentos ou portfólios pessoais. A Geração Z, por outro lado, parece menos preocupada com a validação social e mais consciente dos efeitos de longo prazo da superexposição. Isso se traduz em uma tendência a compartilhar menos momentos pessoais de forma duradoura, preferindo interações espontâneas e informais, como o uso de memes, publicações instantâneas em plataformas como o TikTok e conteúdo que se esgota rapidamente.
O foco dos mais novos está na autenticidade e na fluidez, ao contrário do estilo de vida mais “curado” e editado da geração anterior. A pressão por perfeição e o medo de exposição excessiva também podem explicar em parte essa mudança, já que a Gen Z cresceu em uma era de vigilância constante, na qual erros e momentos embaraçosos podem ser capturados e compartilhados instantaneamente com milhares de pessoas. Essa diferença na forma de se relacionar com as redes sociais também pode ser vista como uma resposta à saturação de conteúdo, que modifica os hábitos de consumo de conteúdo e até mesmo as expectativas em relação às redes sociais.