Domingo, 22 de dezembro de 2024

Obra desconhecida de Frida Kahlo surge: um presente para Trotsky

Em meio a uma Fridamania mundial que só cresce, uma nova obra de arte atribuída a Frida Kahlo veio à tona, alimentando a especulação econômica tanto quanto o desejo de falar sobre a sua vida e obra. O novo objeto de desejo de colecionadores e fãs da grande artista mexicana é um violino interferido com imagens, presente que ela pintou para um de seus amantes, o também lendário Leon Trotsky.

Ainda não se sabe onde está ou quem o guarda. Sabe-se apenas que há 40 anos tinha um dono na Europa que até agora não o tinha mostrado. E que poderia valer 50 milhões de euros, se fosse colocado à venda em uma casa de leilões. Mas por enquanto são apenas estimativas.

A única certeza é que o violino existe, segundo o testemunho do advogado espanhol Javier Gallego, que foi contactado pelo seu proprietário para confirmar a autenticidade da peça e comunicá-la ao mundo.

Nas fotos que oferece, pode-se ver a dedicatória e os desenhos assinados pela famosa artista. “Piochitas: um homem sem pátria é como um velho violino sem cordas, espero que muito em breve ele recupere seu país e sua casa, seu ideal e sua luta e seja novamente o diretor da história mundial. Atenciosamente, Frida Kahlo”, lê-se na frente, onde há também dois grandes olhos pintados e uma boca rosada e duas linhas que poderiam ser lidas como o bigodinho que a artista usava com orgulho e que hoje faz dela um símbolo (seu trabalho é sempre um auto-retrato). No verso, desenhou duas borboletas e, no meio, um sol negro com o símbolo da foice e do martelo.

Não se sabe se o tem será colocado à venda. A verdade é que o último recorde de vendas é da artista mexicana e seu comprador é um argentino. No 17 de novembro de 2021, Eduardo Costantini comprou “Diego y yo” (1949) por quase 35 milhões de dólares em leilão em Nova York, superando em mais que o triplo do valor para o pintor e para uma obra de arte latino-americana. Mas, por enquanto, Costantini não demonstrou interesse na nova descoberta.

“A notícia chegou até nós quando o legítimo proprietário veio no início do ano com alguns laudos periciais junto com a documentação de sua propriedade”, disse Javier Gallego , um dos sócios do escritório Gallego y Sánchez-Rollón Abogados, especializado em direito da arte, em entrevista ao La Nacion. “Confirmamos a posse legal e soltamos um comunicado”

Avaliador de arte e antiguidades, especialista em Goya, Gallego desta vez não fez a perícia, mas contatou um especialista, Guillermo Pastor Vázquez, presidente da Associação Nacional de Peritos em Caligrafia, para verificar a caligrafia e a assinatura.

“Além disso, uma empresa espanhola confirmou sua datação, através do estudo de pigmentos. Eles confirmaram que foi pintado na década de 1930 e que algumas das cores usadas eram usadas apenas na América Central”, explica Gallego.

Sobre onde a peça estava todo esse tempo e como chegou lá, ele não dá detalhes. “O proprietário quer permanecer anônimo. Se ele decidir colocá-lo à venda, acho que vai encomendar de mim, mas ainda não me disse nada”, justifica Gallego.

 

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