Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 25 de fevereiro de 2025
Este ano traz uma novidade: 2025 marca o início da geração Beta, formada por bebês que nascerão até 2039 e crescerão em um mundo onde o digital e o real estão completamente integrados.
A inteligência artificial estará presente em tudo: no aprendizado, nas relações e até nas escolhas mais simples do dia a dia, como ajustar o cardápio do jantar com base nos ingredientes disponíveis ou sugerir a roupa ideal de acordo com o clima e o tipo de compromisso. Mas o que esperar dessa geração, que nunca conhecerá, na prática, como era a vida antes de toda essa tecnologia?
A doutora em Ciências da Informação e especialista em gerações Thais Giuliani explica que a geração Beta já nascerá em um mundo moldado pela inteligência artificial e por desafios globais, como as mudanças climáticas.
“É a primeira geração que já nasce com a inteligência artificial plenamente integrada à sociedade, uma transformação sem precedentes. Além disso, herdará de nós talvez um dos maiores desafios do mundo atual: as questões climáticas. Essa geração também viverá cada vez mais em ambientes virtuais e precisará aprender a desenvolver relações presenciais, algo que já se mostra um desafio para a geração Z e que a Alfa, sua predecessora, também herdou”, detalha.
Cronologia de gerações
A classificação das gerações, proposta pelo sociólogo húngaro Karl Mannheim no início do século XX, começa pelos Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964. Eles cresceram no período pós-guerra, em um mundo que se reconstruía, e valorizam a estabilidade e o trabalho duro.
A geração X, de 1965 a 1980, acompanhou a globalização e o surgimento dos computadores pessoais, desenvolvendo um forte senso de independência.
Os Millennials, ou geração Y, nascidos entre 1981 e 1996, viram a internet transformar o cotidiano e, mais do que estabilidade, buscam propósito em tudo o que fazem.
Em seguida, veio a geração Z, de 1997 a 2010, que já nasceu conectada, cercada por smartphones e redes sociais — o que também trouxe desafios, especialmente na área da saúde mental.
Já a geração Alfa, de 2010 a 2024, cresceu em meio a dispositivos inteligentes, gerando preocupações sobre o impacto da exposição à tecnologia na criatividade e nas habilidades sociais.
Adaptação para todos
A intensa convivência com a tecnologia não será exclusiva da geração Beta. O professor da PUC-SP e especialista em inteligência artificial Diogo Cortiz explica que até as gerações anteriores precisarão se adaptar às transformações em curso.
“Essa geração já nascerá acostumada a distinguir o que vê — se foi criado por uma inteligência artificial ou captado por uma câmera, por exemplo. E, se hoje falamos de IAs que geram conteúdo, estamos entrando em uma nova fase, com os chamados agentes de inteligência artificial. Eles funcionam como softwares com a capacidade de agir no ambiente, não apenas criar. Não será apenas essa geração que passará por essas mudanças; a minha também, assim como a de muitos leitores, coexistirá com a geração Beta e enfrentará os mesmos desafios. Temos muito mais perguntas do que respostas, mas acredito que o futuro trará não apenas grandes desafios, como também muitas oportunidades”, projeta.
(AG)