Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 4 de maio de 2023
A desnutrição é um tipo de deficiência na ingestão diária de calorias e de nutrientes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora seja facilmente associada com pobreza e pessoas esquálidas, a condição pode afetar diferentes tipos de indivíduos, incluindo quem aparenta ser saudável. Dito isso, já existem alguns raros relatos de pacientes que desenvolveram desnutrição associada ao uso de medicamentos que têm a semaglutida como princípio-ativo, como o Ozempic.
Desenvolvido originalmente para o tratamento do diabetes tipo 2, o Ozempic é usado de forma off label – fora da bula – para a perda de peso no Brasil (e no mundo). A medicação age de diferentes formas no corpo, provocando a supressão do apetite e maior sensação de saciedade após uma refeição. Entre os efeitos colaterais mais comuns, estão: enjoos, vômitos, gastrite e outros problemas gastrointestinais.
Por causa disso tudo, o acompanhamento médico com um profissional responsável é fundamental para que o indivíduo mantenha sua saúde, enquanto usa medicamentos com semaglutida. Inclusive, o uso não deve ser encarado como uma fórmula mágica, e sempre deve ser acompanhado por uma dieta balanceada e a prática de exercícios.
Causa mesmo desnutrição?
Sim, casos de desnutrição associados ao uso de remédios com semaglutida são possíveis, embora, até onde se saiba, bastante raros. Na maioria das vezes, esta complicação está associada com a perda muito drástica de apetite, conforme explica Andrew Kraftson, professor da University of Michigan, nos Estados Unidos.
“Não queremos fazer você encolher até sumir”, comenta Kraftson para o jornal The New York Times. Por isso, é necessário monitorar a quantidade de calorias e nutrientes ingeridos por quem faz uso de remédios como o Ozempic. Quando o paciente não consegue se alimentar adequadamente, é preciso rever o uso do composto, afirma Kraftson.
Preferencialmente, as pessoas devem optar por uma alimentação rica em frutas, vegetais e fontes de fibras. Outra consideração importante é evitar alimentos muito gordurosos, já que não são tão bem digeridos e podem provocar desconforto.
Aqui, vale pontuar que o efeito desses medicamentos não está em queimar a gordura de uma forma mais eficaz. Na verdade, eles agem de tal forma que a pessoa tem menos vontade de comer e, consequentemente, de ingerir calorias. Aí, está o possível risco de desnutrição, quando as dietas são muito pobres e não há acompanhamento médico e nem de um nutricionista.