Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 3 de janeiro de 2024
Para a seleção brasileira de futebol, o Ano-Novo começa num clima de incerteza. Considerando as confusões engendradas pelos cartolas, nem a própria CBF arrisca dizer o que será de 2024. Muito menos quem comandará nossos talentosos jogadores rumo à Copa de 2026, que pela primeira vez será disputada em três sedes (Estados Unidos, Canadá e México).
Em meio a um jejum de títulos que dura mais de duas décadas — a última taça foi erguida em 2002, por Cafu, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho e companhia —, a torcida brasileira ficou empolgada quando a CBF informou ter firmado um acordo verbal com o italiano Carlo Ancelotti, técnico do estrelado Real Madrid, para que ele assumisse a seleção a partir da Copa América, em 2024. Na semana passada, porém, Ancelotti informou ter renovado contrato com o clube espanhol até junho de 2026.
A frustração não surpreende. Sempre que questionado sobre o assunto, Ancelotti driblava os repórteres dizendo que eram apenas rumores. O fiador de sua vinda era o ex-presidente da CBF Ednaldo Rodrigues, afastado do cargo por decisão do Tribunal de Justiça do Rio. Os magistrados consideraram nulo o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre CBF e Ministério Público que permitiu sua eleição. Rodrigues sempre disse que o acordo estava encaminhado. Sem contar com ele no comando, Ancelotti tomou a decisão previsível e ficou onde estava.
Certo mesmo é que a seleção tem hoje apenas um técnico interino, Fernando Diniz. Celebrado nos meios esportivos, Diniz faz um trabalho notável no Fluminense, que conquistou a Taça Libertadores da América e perdeu a final do Mundial de Clubes para o Manchester City. Mas não tem colhido bons resultados na seleção. Nas eliminatórias da Copa do Mundo, vem de um empate com a Venezuela e de derrotas seguidas para Uruguai, Colômbia e Argentina. Na classificação geral, o Brasil amarga um inusitado sexto lugar. Nada que ameace o passaporte para 2026, mas não se pode dar chance ao azar.
Ainda que no final tenha sido frustrada, a procura pelo vitorioso Ancelotti teve o mérito de abrir o leque para estrangeiros no comando da seleção, que não deveria ser monopólio dos brasileiros. Aqui ou no exterior, não faltam profissionais gabaritados para a missão de liderar a única seleção pentacampeã. O Mundial se aproxima, e a preparação precisa começar logo. Seria bom que a CBF, mesmo em período de turbulência, deixasse de lado apostas incertas e definisse logo quem será o técnico. Improviso, despreparo e hesitação só tornarão mais difícil o sonho do hexa.