Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 31 de agosto de 2024
A Agência Espacial dos Estados Unidos, a Nasa, anunciou que cortou dois astronautas da próxima tripulação para dar espaço na viagem de volta para os dois astronautas “presos” na Estação Espacial Internacional (ISS), Suni Williams e Butch Wilmore. Nick Hague, da Nasa, e Aleksandr Gorbunov, da Rússia, viajarão em setembro a bordo de um foguete SpaceX para a Estação Espacial. A dupla retornará com Williams e Wilmore em fevereiro.
A Nasa decidiu que é arriscado demais para os dois astronautas voltarem para casa na cápsula Boeing Starliner, atingida por problemas de propulsores e vazamentos de hélio. Foram removidos do voo SpaceX os astronautas da Nasa Zena Cardman e Stephanie Wilson.
A agência espacial disse que eles podem voar em missões futuras e acrescentou que levou em conta a experiência em voos espaciais e outros fatores na tomada de decisão.
Após a aposentadoria dos ônibus espaciais, os EUA contavam com a Rússia para transportar as equipes para a Estação Espacial, até que a SpaceX começou a levar astronautas em 2020. Os dois países continuaram a compartilhar lugares para viagens espaciais.
No próximo mês, Don Pettit, da Nasa, vai viajar para a Estação Espacial. Outro astronauta da agência americana, Tracy Dyson, retornará à Terra em cápsulas russas. A Nasa recorreu a empresas privadas há uma década para providenciar o transporte de astronautas na era pós-ônibus espacial.
Decisão
A escolha da Nasa pela SpaceX para trazer os astronautas de volta é uma das mais importantes nos últimos anos. A Boeing esperava que a missão de teste da Starliner trouxesse redenção à empresa, após anos de problemas de desenvolvimento e mais de US$ 1,6 bilhão acima do orçamento estimado desde 2016.
A Boeing também vem lidando com problemas de qualidade na fabricação de aviões comerciais, seu produto mais importante.
Em um comunicado, a companhia disse que continua a focar, em primeiro lugar, na segurança da tripulação e da espaçonave. “Estamos executando a missão conforme a determinação da Nasa e estamos preparando a nave para um retorno seguro e bem-sucedido sem a tripulação”, afirmou.
A Starliner foi projetada para funcionar de forma autônoma e já tinha completado dois voos sem tripulação antes dos problemas na missão de junho. Bil Nelson, administrador da Nasa, diz que ter “100% de certeza que a a Starliner vai voar em outra missão tripulada”.
Histórico do problema
Butch Wilmore e Suni Williams decolaram no início de junho a bordo da Starliner e desde então estão na ISS, onde sua espaçonave permanece acoplada.
A nave deveria trazê-los de volta à Terra 8 dias depois, mas problemas detectados em seu sistema de propulsão levaram a Nasa a questionar sua confiabilidade.
Há semanas que as equipes da Boeing e da Nasa realizam testes para entender melhor a causa dos problemas detectados em voo, principalmente nos propulsores da nave.
Uma missão regular da SpaceX, chamada Crew-9, decolaria no final de setembro, mas com apenas dois astronautas a bordo, em vez de quatro.
Permaneceria acoplada à ISS até o seu retorno planejado à Terra em fevereiro. Portanto, traria de volta os dois astronautas que viajaram no dispositivo da Boeing, além dos dois tripulantes da Crew-9.
Se esta for a escolha, a imagem da Boeing seria fortemente afetada em um momento de crise devido a problemas em seus aviões.
Há dez anos, a Nasa encomendou uma nova nave espacial à Boeing e outra à SpaceX para transportar seus astronautas até à ISS. Com dois veículos disponíveis, haveria uma solução viável em caso de problemas em um deles.
Mas a empresa do magnata Elon Musk prevaleceu sobre a Boeing como o único táxi espacial americano nos últimos quatro anos. O primeiro voo tripulado da Starliner, que decolou com anos de atraso, seria o teste final antes de iniciar as operações regulares.
A principal preocupação era que o Starliner não conseguiria atingir o impulso necessário para sair da órbita e iniciar sua descida à Terra. Se for decidido que não está em condições de segurança, a nave retornará vazia.