Segunda-feira, 03 de fevereiro de 2025

Pepe Vargas toma posse nesta segunda-feira como presidente da Assembleia Legislativa gaúcha

Em solenidade marcada para as 14h desta segunda-feira (3) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o deputado estadual Pepe Vargas (PT) assume a presidência da Casa até o início do ano que vem, em substituição a Adolfo Brito (PP). O parlamentar de 66 anos já exerceu os cargos de vereador e duas vezes prefeito de Caxias do Sul (Serra Gaúcha), deputado federal e ministro em três ocasiões.

A escolha do petista se deu no âmbito de um já tradicional acordo pluripartidário que garante a ocupação dos espaços da Mesa Diretora e das comissões temáticas conforme a proporcionalidade das cadeiras conquistadas pelas legendas na Assembleia. Na atual legislatura (2023-2026), a responsabilidade recai sobre as bancadas do PT, Progressistas, MDB e Republicanos), mediante revezamento.

É tradição da Assembleia que cada presidente eleja um tema para trabalhar nos espaços institucionais da Casa, principalmente através do Fórum Democrático. Nesse sentido, Vargas promete uma gestão pautada pela defesa das instituições democráticas, das pautas do Rio Grande do Sul em âmbito nacional, da independência e da harmonia entre os Poderes estaduais, além de questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável:

“Temos uma economia diversificada, com um setor de serviços considerável e agropecuária reconhecidamente forte, além de sermos um dos principais polos industriais do País. Há alguns anos, porém, o Estado tem diminuído o seu peso na economia regional e nacional. Precisamos crescer, mas com sustentabilidade social e ambiental, produzir com maior cuidado ao meio ambiente, distribuindo melhor a renda e reduzindo desigualdades”.

Ele prossegue: “Em meio às tragédias climáticas que vivenciamos, é incontornável a necessidade de um pacto pela transição energética e de uma transformação ecológica nos nossos sistemas produtivos, na ocupação do território e no uso dos nossos recursos naturais”.

O parlamentar acredita que a sociedade, em sua maioria, compreendeu que as mudanças do clima existem e que medidas precisam ser tomadas: “O Governo Federal e o Governo do Estado têm propostas, e o que precisamos ver é se elas são adequadas e suficientes. O Rio Grande do Sul precisa incorporar no seu projeto de desenvolvimento a temática da sustentabilidade”.

Trajetória

A história política de Pepe Vargas começou em 1974, aos 16 anos, apoiando as candidaturas que faziam oposição à ditadura (1964-1985). Com a reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Sul (UEE-RS), ambas fechadas pelo regime militar e reorganizadas após a Lei da Anistia de 1979, Pepe passou a atuar no movimento.

Na década seguinte, foi um dos líderes da Caravana das Diretas, movimento da UEE-RS (da qual era diretor) que percorreu cidades gaúchas defendendo a realização de escolha direta para presidente da República, em 1984 – possibilidade derrubada por maioria de votos no Congresso Nacional e que só se concretizaria em 1989.

Pepe também esteve envolvido nas atividades que levaram à fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), em 1980. Sua trajetória parlamentar começou em 1989, ao ser eleito o primeiro vereador da sigla em Caxias do Sul, cidade onde chegara aos 5 anos, vindo com a família de Nova Petrópolis.

Em 1994, conquistou seu primeiro mandato de deputado estadual e dois anos depois chegou a prefeito, em segundo turno disputado com o então deputado federal Germano Rigotto (do MDB e que depois seria governador). Foi reeleito em 2000, também em segundo turno, vencendo o então deputado federal José Ivo Sartori (do MDB e que também seria governados).

Eleito deputado federal em 2006, 2010 e 2014, Pepe Vargas foi presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados e presidiu no Congresso Nacional a Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas, responsável pelas tratativas que regulamentaram o sistema tributário Simples Nacional.

Também chefiou três ministérios durante a gestão da presidente Dilma Rousseff (2011-2015): Desenvolvimento Agrário, Direitos Humanos e Relações Institucionais. Retornou à Assembleia Legislativa em 2019, onde presidiu comissões importantes, como a destinada a debater a reforma da Previdência, a crise do IPE Saúde e a que sugeriu medidas sobre os benefícios ficais concedidos pelo governo estadual. Também liderou frentes parlamentares em defesa da Petrobras, dos usuários de rodovias pedagiadas e das vítimas da covid.

(Marcello Campos)

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