Sábado, 22 de fevereiro de 2025

Petistas admitem “respiro” do governo após denúncia contra Bolsonaro, mas auxiliares defendem “manter foco”

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outros 33 envolvidos em tentativa de golpe de Estado foi comemorada, nos bastidores, por petistas próximos à cúpula do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Na avaliação de integrantes do Partido dos Trabalhadores, a ofensiva da PGR tende a dar um “respiro” para a gestão petista, que está nas cordas desde que as pesquisas de opinião mostraram que a aprovação de Lula despencou de 35% para 24%.

Apesar da comemoração, auxiliares do Palácio do Planalto defendem que Lula não deve usar a denúncia como “boia de salvamento”. Nas palavras de um importante auxiliar do governo, a popularidade do presidente “não tem nada a ver com a de Bolsonaro”. A defesa dessa ala do governo é que Lula continue “focando em ações positivas” do Executivo.

“Isso [denúncia contra Bolsonaro] não é ação de governo, não é tarefa de governo, é tarefa da Justiça. A Justiça que resolva. Para quê surfar nisso? O governo tem que surfar nas ações dele”, defendeu um assessor próximo a Lula. “Se vamos aproveitar isso [denúncia da PGR]? Não existe isso. Não muda nada para as ações do governo”, argumentou uma fonte.

Lula foi avisado da decisão da PGR de denunciar Bolsonaro e outras 33 pessoas durante um jantar no Palácio do Itamaraty que aconteceu por conta da visita do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa ao País. Nessa sexta (21), Lula fez uma série de ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro – denunciado pela PGR por tentativa de golpe. O petista, no entanto, não citou diretamente o nome do adversário político.

O presidente disse que o antecessor, quando governou o País, foi responsável por milhares de mortes registradas na pandemia da Covid-19, em razão do discurso negacionista e de ataque às vacinas contra o coronavírus.

Lula declarou ainda que Bolsonaro e seus familiares “só sabem mentir” e afirmou que o político do PL é um “aloprado”.

“Ontem, eu fui fazer um check-up, cinco horas e meia dentro do hospital, fiz tudo que um ser humano tem que fazer, exame da cabeça, do coração, tudo. E, quando eu terminei os exames, às 23h30, os médicos falaram: ‘Lulinha, você tem 70 com saúde de 30 e com vontade política de 20”, disse.

“Se alguém pensava como o aloprado, que fez um plano para me matar, se alguém pensava que eu ia parar de fazer política por causa da cabeça, se prepare, porque o Lulinha tá melhor aos 79 do que aos 50”, completou.

O plano ao qual Lula se referiu no discurso é o chamado “Punhal Verde e Amarelo”, uma trama para matar autoridades elaborada por militares das Forças Especiais do Exército, com apoio do general Walter Souza Braga Netto – candidato a vice na chapa do PL em 2022. Segundo a PGR, o planejamento teve a concordância de Bolsonaro e a autorização do ex-presidente.

Apesar da ofensiva de Lula, a ordem no Planalto é continuar preparando ações que ajudem a reverter a situação do governo junto ao seu eleitorado. Entre as ações com esse horizonte está a promessa de fornecer botijões de gás à população mais pobre, compromisso anunciado ainda no ano passado.

A iniciativa foi apelidada de “Gás para Todos” e visa substituir o atual “Auxílio Gás” — valor pago junto ao Bolsa Família e que atende hoje a 5,6 milhões de famílias. Na prática, com essa ação, o custo do botijão será subsidiado pelo governo.

Outra ideia que integra o “top 10” de prioridades da gestão petista para 2025 é a proposta de alteração do crédito consignado, sugestão que foi discutida recentemente com bancos privados, numa reunião que envolveu o próprio Lula.

A principal diferença do novo consignado em relação ao atual é que as operações serão feitas diretamente entre o trabalhador e a instituição financeira. Na prática, não seria mais necessária a anuência da empresa empregadora, como acontece atualmente. Com informações dos portais de notícias g1 e Valor Econômico.

 

 

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