Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

PIB do Brasil deve crescer 3% em 2024 e desacelerar neste ano, diz ONU

O País deve registrar um crescimento econômico de 3% em 2024 e desacelerar para 2,3% neste ano. É o que aponta uma nova projeção da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgada nesta quinta-feira (9). Com isso, a ONU melhora a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado, que era de um crescimento de 2,2% no relatório anterior, em setembro de 2024.

A Organização destaca que essa expectativa se dá em um cenário de mercado de trabalho resiliente, com a taxa de desocupação no Brasil no menor patamar histórico, a 6,1% no trimestre encerrado em novembro — números mais recentes. Já para o Banco Central (BC), em sua última projeção no Boletim Focus de segunda-feira (6), a economia brasileira deve ter um crescimento de 3,49% em 2024.

No entanto, “é importante observar que o crescimento do emprego na América Latina e no Caribe é amplamente impulsionado pelo emprego informal, geralmente concentrado em setores de baixa produtividade, como varejo, transporte, turismo e serviços”, disse a ONU no relatório.

O certo é que o crescimento econômico ao longo de 2024 foi surpreendendo as expectativas iniciais do mercado e revisado para cima periodicamente com a surpresa da força da demanda doméstica e o aumento do consumo das famílias.

E isso fez com que ressurgissem pressões inflacionárias e que o BC apresentasse um “caso único […] tendo uma fase de flexibilização em agosto de 2023, à frente de muitos de seus pares, apenas para reverter o curso em setembro de 2024, após apenas 10 meses”, segundo a ONU.

A taxa básica de juros iniciou o ano caindo de 11,75% em janeiro para 10,50% ao ano em maio. Após isso, se manteve na mesma faixa até setembro, quando voltaram novamente as altas na taxa.

O avanço foi mantido em todas as reuniões desde então, e a Selic encerrou 2024 no patamar de 12,25%, com novas altas já contratadas para este ano. Com isso, em 2025, a expectativa da ONU é que o crescimento econômico desacelere devido à política monetária mais rígida, além de gastos fiscais reduzidos e exportações mais fracas.

Essa também é a opinião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o qual afirmou que a política monetária mais contracionista do BC deve causar uma resposta rápida à economia.

Mesmo com essa desaceleração, o relatório da Organização mostra que o impulso econômico na região da América Latina deve ser sustentado pelo crescimento resiliente do Brasil, bem como pela recuperação gradual da Argentina após uma recessão prolongada.

“No entanto, há riscos significativos de queda que podem inviabilizar essa perspectiva. Na frente externa, uma desaceleração mais acentuada do que a esperada na China e nos Estados Unidos afetaria negativamente as exportações, as remessas e os fluxos de capital”, acrescentou a ONU.

 

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