Sábado, 28 de dezembro de 2024

Ponte entre Maranhão e Tocantins volta a se mover e Marinha retira mergulhadores da área

A Marinha do Brasil interrompeu as buscas com mergulhadores na base da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), depois que a estrutura restante da ponte começou a se mover. No local é possível ouvir ruídos vindos da ponte, que colapsou no domingo (22), por volta das 14h50. Até que se possa ter certeza sobre a segurança dos pilares, os mergulhadores envolvidos nas buscas seguirão trabalhando longe da base da ponte, onde estavam concentrados até agora.

Na quinta-feira (26) a Marinha localizou o corpo de mais uma vítima da tragédia – uma mulher. Até o momento há 18 atingidos: um sobrevivente; sete corpos já recolhidos; dois corpos já localizados no Rio Tocantins, mas ainda não recuperados; e oito vítimas cujos corpos ainda não foram sequer localizados. O corpo encontrado estava a seis quilômetros de distância da ponte, levado pela correnteza do rio.

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) está no local com equipamentos para monitorar o movimento da parte da ponte que ainda está de pé – só depois de confirmar a segurança da estrutura é que os mergulhadores da Marinha voltarão a atuar no pé da ponte. Enquanto isso, as buscas pelos corpos continuam em locais mais afastados da estrutura e nas margens do rio.

“Nós estamos partindo para uma interrupção operacional das operações. Tivemos uma novidade, que é que a ponte se mexeu. As equipes de mergulho estavam operando muito próximas ao pilar da ponte, onde os escombros estão. Tivemos que parar, e vamos esperar o laudo do Dnit dizendo que os pilares estão seguros”, disse o Contra-Almirante Coelho Rangel. Ele é chefe do Estado-Maior do 4º Distrito Naval, em Belém (PA), e coordena a operação de busca.

Também na quinta, por volta de 17h, a Força Aérea Brasileira (FAB) descarregou cerca de 12 toneladas de equipamentos para mergulhadores em Imperatriz (MA), cidade localizada a 126 km de Estreito. Esse equipamento inclui uma câmara hiperbárica, usada para descompressão de mergulhadores de águas profundas, e um compressor de ar, usado para enviar oxigênio a mergulhadores que trabalham de forma dependente – ou seja, ligados a uma mangueira de oxigênio.

“A gente dividiu o mergulho em duas etapas. A primeira vai até no máximo 39 metros (de profundidade), na qual o mergulhador leva o seu próprio cilindro de oxigênio. E a segunda etapa é a do mergulho dependente, usando os equipamentos da Marinha que a Força Aérea Brasileira (FAB) trouxe”, explicou Coelho Rangel. O equipamento será instalado na margem do Rio Tocantins, do lado de Estreito. No trecho do desabamento, o Rio Tocantins tem cerca de 48 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de 17 andares.

Além da Marinha, também participam das buscas os Corpos de Bombeiros dos Estados do Pará, do Maranhão e do Tocantins, além da Polícia Federal e da Transpetro, uma empresa pública subsidiária da Petrobras. Nos últimos dias, a Transpetro e a PF usaram drones subaquáticos nas buscas, mas os equipamentos perderam o sinal e deixaram de funcionar após chegar a cerca de 20 metros de profundidade, segundo o contra-almirante Coelho Rangel.

Vários veículos estavam no vão central da ponte quando a estrutura colapsou, no domingo. Entre eles estavam quatro caminhões. Um deles carregava 76 toneladas de ácido sulfúrico, enquanto outro transportava 22 mil litros de agrotóxicos. Por temor de contaminação, a captação de água em Imperatriz chegou a ser suspenso pela Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema), durante dois dias. No momento, o abastecimento na cidade já foi normalizado. A informação até o momento é a de que os produtos químicos não foram liberados na água.

Depois do desabamento da ponte, o ministros dos Transportes, Renan Filho, esteve no local e disse que sua pasta destinará entre R$ 100 e R$ 150 milhões para a reconstrução da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Com 553 metros de extensão, a ponte foi construída nos anos 1960, passou por reparos pela última vez entre os anos de 1998 e 2000, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 2020, o Dnit produziu um relatório em que classifica como “ruim” o estado da ponte e relata fissuras em 14 dos 16 pilares da construção. (Estadão Conteúdo)

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