Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Portugal decide emprestar o coração de Dom Pedro I para a comemoração dos 200 anos da independência brasileira

O coração de D. Pedro I poderá viajar até ao Brasil para ser exibido nas comemorações do bicentenário da independência do País.

A viagem, debatida há mais de um mês, teve agora a concordância do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira.

A decisão foi tornada pública nesta quarta-feira (22), em conferência de imprensa, por Moreira, que apontou que o traslado temporário depende de garantias de transporte e conservação que terão de ser acertadas entre os governos português e brasileiro.

O coração do imperador está protegido e guardado em formol numa igreja ao norte da cidade do Porto. A última aparição pública do órgão aconteceu durante a gravação de um documentário em 2015.

A autorização dada pela cidade do Porto – e pela Irmandade da Lapa, da Igreja que guarda o tesouro – teve que esperar por uma avaliação do Instituto de Medicina Legal local. O temor dos portugueses é de que a que a viagem pudesse danificar o coração conservado há quase dois séculos.

“O relatório da perícia ainda não está totalmente concluído, mas já nos foi assegurado que o coração poderá ser transladado temporariamente para o Brasil”, confirmou Rui Moreira.

O episódio do empréstimo do coração de Pedro I (conhecido em Portugal como Pedro IV) começou meses atrás, quando o embaixador brasileiro George Prata oficializou o pedido para o traslado.

Em 7 de setembro de 1822, o Brasil era declarado como uma nação autônoma. Como conta a história, o à época imperador Dom Pedro I proclamou a independência às margens do rio Ipiranga.

Em 2022, 200 anos depois, o Brasil pretende fazer uma celebração em homenagem a esse aniversário tão importante.

Pedro I é símbolo da independência brasileira, mas tem importância também em Portugal. A pedido do imperador, seu coração permaneceu na cidade portuguesa e seu corpo foi levado para o país que ajudou a tornar independente.

Artes musicais

Sabe-se, ainda, que o Imperador teve formação musical bastante esmerada, tendo sido aluno de mestres como o Padre José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal e Sigismund Neukomm. Tocava clarineta, fagote e violoncelo. Dele se conhece uma Abertura, executada no Teatro Italiano de Paris (1832), um Credo, um Te Deum, o Hino da Carta, adotado posteriormente como Hino Nacional Português (até 1910), e o Hino da Independência do Brasil. Seu nome de batismo é Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.

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