Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de fevereiro de 2025
O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, renunciou nesta segunda-feira (10), enquanto partidos parlamentares de extrema-direita da oposição planejavam seu impeachment.
O estado-membro da União Europeia e da Otan, que faz fronteira com a Ucrânia, mergulhou no caos institucional no ano passado quando o pouco conhecido crítico de extrema direita da Otan, Calin Georgescu, venceu o primeiro turno de uma eleição presidencial.
Após acusações de interferência russa — negadas por Moscou — o tribunal superior da Romênia anulou toda a eleição após a suspeita de que houve fraude na contagem dos votos. O principal indício foi o fato de o candidato da extrema direita e pró-Rússia, Calin Georgescu, ter ficado em primeiro lugar na votação, quando, nas pesquisas de intenção de voto, ele aparecia com pouco mais de 1%.
O principal conselho de segurança da Romênia divulgou documentos que indicavam que o país havia sido alvo de “ataques híbridos agressivos russos” durante o período eleitoral. A Rússia negou interferência.
Com os dois turnos da eleição marcados para 4 e 18 de maio, o tribunal superior da Romênia disse que Iohannis, cujo segundo e último mandato expirou em 21 de dezembro, permaneceria até que seu sucessor fosse eleito.
Mas em janeiro, três partidos de oposição de extrema-direita, que controlam cerca de 35% dos assentos no parlamento, entraram com uma moção de impeachment de Iohannis.
Com a moção em votação e Iohannis profundamente impopular, analistas disseram que alguns legisladores dos principais partidos pró-europeus poderiam dar à iniciativa de impeachment da extrema direita a maioria necessária.
“O pedido terá consequências tanto internamente quanto no exterior”, disse Iohannis aos repórteres. “Para poupar a Romênia dessa crise negativa e sem sentido … estou renunciando ao cargo de presidente.”
Iohannis, da minoria étnica alemã da Romênia e ex-prefeito da pequena cidade de Sibiu, na Transilvânia, desafiou as expectativas e venceu a eleição presidencial do país em 2014. Ele foi reeleito em 2019, mas vinha enfrentando uma crise de popularidade nos últimos meses.
O presidente do Senado, Ilie Bolojan, líder do Partido Liberal, membro da coalizão governista, assumirá como presidente interino com poderes limitados até a eleição.
Os três grupos de extrema-direita, cujo apoio aumentou desde a vitória surpreendente de Georgescu, usaram sua campanha contra Iohannis como uma desculpa para organizar protestos e se apoderar da agenda política. As informações são do portal de notícias g1.