Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 11 de dezembro de 2024
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, vai prestar um novo depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (12) no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. O coronel Marcelo Câmara, que foi assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também será ouvido.
O interrogatório foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois serão questionados sobre o papel do juiz federal Sandro Nunes Vieira na elaboração do relatório que questionou o resultado das eleições de 2022, produzido pelo Instituto Voto Legal (IVL) a pedido do PL.
O nome do magistrado foi citado no relatório da PF, que indiciou 37 pessoas por tentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Após a menção, Moraes determinou a abertura de uma investigação e o juiz foi afastado de suas funções do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) – a medida foi referendada na terça-feira (10) pelo plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Vieira trabalhou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre os anos de 2019 e 2022 — ele deixou o cargo em agosto daquele ano, depois que Moraes tomou posse como presidente. Segundo a investigação, o contato do magistrado foi registrado no celular de Câmara em maio de 2022, ou seja, quando ele ainda atuava na corte eleitoral.
O nome do juiz é citado em conversas extraídas do aparelho celular do tenente-coronel Mauro Cid, que na época era ajudante de ordens de Bolsonaro. Em uma das mensagens, Câmara pede ao colega Valdemar não citasse o magistrado quando fosse falar do relatório.
O presidente do PL, no entanto, fez menção a Vieira em uma entrevista em
novembro de 2022. “Eu conversei com um ex-diretor do TSE, que é um juiz de direito, o Sandro, e ele me falou, ele tava lá até o… até seis meses atrás… e ele me disse, é um homem honesto tá ajudando a gente”.
Na época, o juiz negou qualquer contato com Valdemar. “Sobre o tema, venho
esclarecer que nunca tive contato pessoal com o presidente do Partido Liberal.
Como juiz, não emito opiniões públicas ou juízos de valor sobre processos de
conotação política”, escreveu.