Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Presidente do Supremo Luís Roberto Barroso diz que as Forças Armadas “não embarcaram na aventura do golpe” em momento decisivo

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que as “Forças Armadas não embarcaram na aventura do golpe” em um momento decisivo. Ao comentar sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas, ele também citou que existiu uma “aparente articulação para golpe de Estado”.

A fala ocorreu durante um seminário na Escola do Ministério Público, em Brasília (DF), que teve como tema “Defesa da Democracia e dos Direitos Fundamentais”, voltado para o Brasil e a Alemanha. “E ainda a investigação, com recente denúncia do Procuradoria-Geral da República, de aparente articulação para um golpe de Estado, o que ainda precisa ser julgado à luz das provas que forem apresentadas”, disse.

Barroso destacou que o Poder Judiciário sozinho não pode conter o avanço do autoritarismo. “Parte da sociedade civil, da imprensa, e pelo menos de parte da classe política é essencial. No Brasil, no momento decisivo, as Forças Armadas não embarcaram na aventura do golpe”, afirmou.

O ministro também criticou o extremismo de direita e disse que esse movimento preocupa as democracias do mundo. “A democracia tem lugar para liberais, progressistas e para conservadores”, relatou.

Barroso elencou pontos que podem ter gerado a ascensão do populismo autoritário. “As pessoas não se sentem mais bem representadas politicamente. Os sistemas políticos não dão mais voz e relevância aos cidadãos. Por isso, se cria esse sentimento”, disse.

Segundo o presidente do STF, uma das ameaças ao Judiciário, produzida pelo
populismo autoritário, por exemplo, é o impeachment de juízes, como na Venezuela e no Brasil. “Num esforço de capturar os tribunais e colocar as decisões judiciais como legitimadoras das medidas autoritárias, como aconteceu muito tipicamente na Venezuela.”

“Em quase todos os países que se implantou o populismo autoritário, utilizaram-se como ferramentas as mídias sociais, as plataformas de socialização, para a disseminação de desinformação”, acrescentou.

No mesmo dia, Barroso recebeu em seu gabinete o advogado Celso Vilardi, que comanda a defesa de Jair Bolsonaro. A audiência com Barroso durou cerca de 20 minutos.

Na ocasião, o avisou ao presidente da Corte que pediria para que a denúncia apresentada por Paulo Gonet seja julgada pelo plenário, e não pela Primeira Turma. Além disso, informou que pediria o impedimento de Cristiano Zanin e Flávio Dino, ambos indicados ao Supremo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A solicitação foi feita nessa terça (25).

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