Domingo, 10 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 4 de janeiro de 2024
Com “Priscilla”, a diretora Sofia Coppola retoma o tema em que se sente mais confortável: a solidão num ambiente de fama. Seu filme mais célebre, “Encontros e desencontros” (2003) acompanhava o sentimento da namorada de um fotógrafo durante uma viagem ao Japão. Outros que claramente tratavam desse isolamento em meio ao glamour foram “Maria Antonietta” (2006) e “Um lugar qualquer” (2010). Mesmo “As virgens suicidas” (1999) e “Bling ring” (2013) esbarravam no tema.
“Priscilla” acaba sendo mais ousado porque aponta a câmera para uma história real, relativamente recente e que pode ser considerada precursora do culto às celebridades que vivemos hoje. O filme é um retrato biográfico de Priscilla Presley (interpretada pela ótima Cailee Spaeny), desde seus 14 anos, quando conhece um Elvis de 24; até a solidão em que se transforma seu casamento, com o marido mais interessado nas fãs e nos “parças” do que na esposa. Para ela, sobrava quase nada.
Outro elemento da obra é o machismo, e bota machismo nisso. O filme mostra Elvis (vivido por Jacob Elordi) como um típico “macho tóxico”, numa época em que esse termo ainda não era usado: ausente, agressivo e que se finge de sonso. É um bom paralelo com um passado em que esses comportamentos eram mais aceitos do que hoje, aquele pensamento de que “homens são assim mesmo”.
Não são, e “Priscilla” mostra bem o problema. Só que falta uma fagulha na história, algo que melhor insira aquela jovem inicialmente passiva na sociedade em mutação dos anos 1970 quando eles se divorciaram.
Inseguro
Elvis Presley ficava “nervoso e inseguro” com suas apresentações, de acordo com sua ex-esposa, Priscilla Presley. A atriz, de 78 anos – que foi casada com o ícone da música entre 1967 e 1973 -, falou abertamente sobre o relacionamento do casal.
A estrela revelou que o falecido rei do rock ‘n’roll estava constantemente buscando tranquilidade porque se preocupava em não atender às expectativas.
“As pessoas não acreditariam que ele ficava nervoso quando fazia um show como em Vegas. Cada apresentação que ele fazia, era: ‘Como foi? Eu estava bem? Correu tudo bem?’… Ele era inseguro e queria ter certeza de que estava tudo perfeito, o que é difícil de acreditar”, disse ela.
“Minha casa é Beverly Hills há quase 50 anos. Obviamente, eu passo um tempo em Graceland e ainda consigo sentir o espírito de Elvis lá”, disse ela ao jornal “Sunday Times”.
“Para ser honesta, não há um dia sequer em que eu não pense nele. Na semana passada mesmo, vi uma camisa e quase pude me ouvir dizendo: ‘Elvis adoraria isso. Devo comprar para ele?’”.