Domingo, 05 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 2 de janeiro de 2025
Em um estudo, publicado na revista Sexual Medicine, cientistas peruanos constataram que homens com Síndrome do Intestino Irritável (SII) tem o dobro de chances de desenvolver disfunção erétil comparados com aqueles que não possuem o problema digestivo. A pesquisa entrevistou 133 estudantes de medicina sobre suas experiência com ambas as condições.
Embora o estudo tenha sido de caráter observacional, os cientistas apresentaram algumas teorias que poderiam explicar a descoberta. A primeira é que os problemas digestivos debilitantes podem levar a um aumento do estresse psicológico, que pode interferir na função sexual.
“Essa associação observada pode ser porque indivíduos com SII frequentemente experimentam uma diminuição na qualidade de vida resultante da doença, o que comumente resulta em um impacto mental e emocional significativo”, escreveram os pesquisadores.
Outra teoria é que as alterações intestinais causadas pela SII poderiam, de alguma forma, afetar a capacidade do homem de desenvolver e manter uma ereção. Segundo o estudo, bactérias intestinais disfuncionais podem acabar interferindo na produção de hormônios essenciais para a função sexual saudável. Além do fato de a síndrome causar inflamação na parte inferior do corpo, podendo prejudicar o fluxo sanguíneo para o pênis.
Este não é o primeiro estudo a ligar a SII à disfunção erétil. Um estudo realizado em Taiwan descobriu que homens com SII tinham quase três vezes mais chances de sofrer de impotência em comparação com aqueles que não tinham a doença. Mas os cientistas acrescentaram que também poderia haver uma ligação fisiológica potencial — por exemplo, a SII pode limitar a produção de hormônios sexuais masculinos necessários para manter uma ereção.
Os cientistas, entretanto, reconhecem que o estudo possui algumas limitações. Primeiramente, por ser realizado utilizando uma amostra pequena de estudantes de medicina peruanos, o que significa que os achados podem não ser relevantes para outras demografias. Além disso, a confiabilidade dos dados depende da veracidade dos participantes ao relatarem seus sintomas aos pesquisadores.
Dado o estigma e a vergonha associados a ambas as condições, os autores disseram que alguns participantes podem não ter revelado a extensão de seus problemas.