Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 11 de junho de 2019
A divulgação de conversas entre o procurador Deltan Dalllagnol e o, na época, juiz Sérgio Moro, sobre a Operação Lava Jato e a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, tem gerado diversas manifestações. As mensagens, que seriam do Telegram, foram publicadas pelo Intercept. Dallagnol fez um vídeo de quatro minutos e 50 segundos, criticando as matérias.
O procurador inicia sua fala afirmando que houve um ataque contra a operação e apontando como crime os atos praticados. “A Lava Jato sofreu um ataque gravíssimo por parte de um criminoso que invadiu telefones celulares, que sequestrou contas de aplicativos de troca de mensagens, que se fez passar por jornalistas e procuradores”, argumenta Dallagnol, que complementa dizendo temer que a atuação do responsável avance “para falsear e deturpar fatos nesse imenso ataque contra a Operação Lava Jato”.
Pontos defendidos
No vídeo de Dallagnol, ele defende que “é normal que procuradores e advogados conversem com o juiz mesmo sem a presença da outra parte”, destacando que apenas deve haver, na interação, a imparcialidade. Além disso, o procurador assegura que não houve conluio, pois Moro não acolheu exatamente o que o MP tinha pedido, pois absolveu outras 54 pessoas.
Outro ponto levantado pelo Intercept e combatido no vídeo é a dúvida do procurador, mostrada em uma conversa, em relação às provas do caso Triplex, que motivou a prisão do ex-presidente Lula. Dallagnol se defendeu: “O MP só efetua uma acusação quando as provas são robustas, justamente por isso, antes da acusação criminal, o MP revisa, submete a intensa crítica, analisa e reanalisa fatos e provas, para não oferecer uma acusação frágil, de modo injusto contra o investigado”.
O procurador do MPF ainda garantiu que continuarão contra a concessão de entrevistas por Lula, pois acreditam que isso não fere a liberdade de imprensa. Ele também deixou claro que classifica a ideia da Lava Jato como uma operação partidária como “uma teoria da conspiração que não tem base nenhuma”. Dallagnol encerrou o vídeo afirmando que não seguem “a lógica de que os fins justificam aos meios” e dizendo que o compromisso da força-tarefa é “continuar a atuar de modo técnico, imparcial e apartidário”.