Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 29 de julho de 2023
A revolução da inteligência artificial (IA) está mudando vários setores, incluindo a robótica. Robôs que não podiam sequer manipular ou identificar objetos desconhecidos, já podem até distinguir um dinossauro como “animal extinto”.
Pelo menos é que mostra a reportagem do The New York Times. O jornalista Kevin Roose viu de perto uma demonstração das últimas novidades do Google em Mountain View, na Califórnia.
Um robô obedeceu um engenheiro ao receber o comando “pegue o animal extinto”. Sobre uma mesa, estavam três bonecos: um leão, uma baleia e um dinossauro. Em seguida, o robô estica sua garra e pega o dinossauro. O Google começou a conectar modelos de linguagem avançados em robôs, dando a eles uma espécie de cérebro artificial.
O projeto secreto deixou os robôs da empresa muito mais inteligentes e deu a eles poderes de compreensão e resolução de problemas. Os robôs ainda falham em algumas tarefas, mas o projeto é promissor e oferece novas habilidades de raciocínio e improvisação, diz Ken Goldberg, professor de robótica da Universidade da Califórnia, Berkeley.
Sobre o uso de modelos de linguagem, Vincent Vanhoucke, chefe de robótica do Google DeepMind, disse ao jornal americano que “muitas coisas foram totalmente invalidadas”: “Tivemos que reconsiderar todo o nosso programa de pesquisa”.
A primeira tentativa do Google de unir modelos de linguagem e robôs físicos foi um projeto chamado PaLM-SayCan, revelado no ano passado. Sua capacidade ainda era limitada. Os robôs não conseguiam interpretar imagens, por exemplo.
O RT-2 já pode fazer isso. Seu sistema de IA não apenas vê como analisa o que está ao redor. O RT-2 também segue instruções em outros idiomas e faz conexões abstratas entre conceitos relacionados, como “bola de futebol” e “Lionel Messi”, por exemplo.
Outra demonstração mostrou um robô movendo uma minutura de Kombi até a bandeira da Alemanha, país de origem da Volkswagen.
Busca de longa data
Durante anos, engenheiros do Google e de outras empresas treinaram robôs para realizar tarefas mecânicas, programando-os com uma lista específica de instruções, como deslize para frente, gire 180 graus, e mais.
Essa abordagem até funciona, mas é muito limitada e trabalhosa. Em parte devido a essas limitações, os robôs ficaram menos inteligentes que os irmãos virtuais, os chatbots.
Agora, após anos sem muitos avanços, parece que os robôs “de verdade” voltarão com tudo graças aos chatbots de IA.
Planos do Google
Por enquanto, o Google não planeja vender robôs RT-2 ou lançá-los no mercado. Os pesquisadores acreditam que as máquinas serão muito úteis no mundo real “em lugares onde há muitas tarefas físicas a serem realizadas”, como em armazéns, na medicina ou até mesmo no ambiente doméstico.
É claro que tudo isso levará tempo, dado que os modelos de linguagem de IA frequentemente cometem erros.
O modelo mais recente de robótica do Google, o RT-2, será apresentado oficialmente nesta sexta-feira (28) e, segundo a empresa, representa um primeiro passo em direção a um grande salto na área.
Para quem se preocupa como uma eventual “revolução das máquinas”, o Google diz que o RT-2 foi equipado com muitos recursos de segurança.
O software embutido tem proteções que podem ser usadas para impedir que um robô faça algo prejudicial.