Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Questionado sobre indicar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para ministério no governo, Lula diz que o quer como governador de Minas Gerais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou seu apoio a Rodrigo Pacheco, atual presidente do Senado, na corrida para o governo de Minas Gerais em 2026. “Eu se eu pudesse Falar, eu falaria [se Lira e Pacheco entram no governo]. Mas o que eu quero é que o Pacheco seja governador de Minas Gerais”.

O presidente ressaltou que mudanças na equipe ministerial são comuns, especialmente quando o desempenho de certos ministros não atende às expectativas. Lula acredita que a experiência de Gleisi com movimentos sociais e sua habilidade de mobilização são fatores importantes para essa possível mudança. A expectativa é que qualquer alteração na composição do governo ocorra após as eleições das Mesas da Câmara e do Senado. Atualmente, Márcio Macêdo, que ocupa um cargo ministerial, é visto como alguém com uma atuação discreta, embora Lula tenha reconhecido seu papel na elaboração do G20 social. Essa avaliação positiva pode influenciar futuras decisões sobre a equipe ministerial.

Espaço

Pacheco definiu os dois ministérios para os quais aceitaria ser indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva: o da Justiça e Segurança Pública e o do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

As duas pastas são ocupadas por aliados de primeira hora do presidente da República. Ricardo Lewandowski é o atual ministro da Justiça. Assumiu em fevereiro de 2024, após a saída de Flávio Dino da pasta. Geraldo Alckmin acumula o cargo de vice-presidente da República e de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Nenhum deles deu sinais, até o momento, de que deve deixar o posto.

A decisão de que aceitaria essas duas pastas é um indicativo claro de que o presidente do Senado está disposto a entrar de vez no governo Lula. Até o ano passado, Pacheco indicava que gostaria de ter alguns meses de descanso após deixar a presidência do Senado, em fevereiro deste ano. Agora, já pensa, inclusive, quais ministérios aceitaria – e quais não.

O Ministério de Minas e Energia, por exemplo, é um dos que o presidente do Senado indicou a alguns aliados que não gostaria.

O principal motivo, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, é que ele não gostaria de passar a mensagem de que estaria passando para trás Alexandre Silveira, ex-senador indicado ao cargo pelo próprio Pacheco.

O presidente do Senado dá muito valor à simbologia de seus gestos públicos e tenta evitar ao máximo vincular sua imagem à de um político truculento – tanto que boa parte das negociações sobre repasse de emendas e cargos, por exemplo, foi feita pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) durante seu mandato.

Outra pasta que Pacheco indicou a aliados que não aceitaria é o Ministério de Ciência e Tecnologia. Segundo interlocutores, o presidente do Senado não tem familiaridade com o assunto e não teria interesse no cargo, mesmo tendo um orçamento de mais de R$ 13 bilhões previstos para este ano.

A pasta é atualmente chefiada por Luciana Santos. Porém, o entorno de Lula avalia que o ministério é muito grande para o PCdoB, partido da ministra, que tem apenas oito deputados. Mesmo que Pacheco não aceite a pasta, Luciana deve ser atingida na reforma ministerial. A expectativa é de que ela assuma o Ministério da Pesca ou das Mulheres.

 

(Estadão Conteúdo)

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