Quinta-feira, 06 de fevereiro de 2025

Reforma ministerial: MST aumenta pressão por demissão de ministro de Lula

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem usado a iminente reforma ministerial para pressionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a trocar o comando da pasta de Desenvolvimento Agrário. O movimento tem alegado que, nos últimos dois anos, a condução do ministro na pasta teria sido insuficiente.

Apesar de reconhecerem que Paulo Teixeira é de bom trato e alguns integrantes até admirarem sua experiência enquanto parlamentar, o MST vê deficiências técnicas em seu trabalho, por supostamente não ter conhecimento do campo. O movimento tem cobrado uma maior agilidade nos assentamentos.

Neste contexto, Teixeira tem buscado soluções alternativas como a destinação de imóveis rurais penhorados por dívidas em ações judiciais da União ou de autarquias públicas para o programa de reforma agrária. A avaliação do MST, contudo, é que este processo será burocrático e não ocorrerá no passo em que eles desejam.

Há uma projeção de que, caso não haja uma troca no comando da pasta, as insatisfações tendem a piorar neste ano. Recentemente, o movimento teve dois encontros com o governo federal e promete realizar um “Abril Vermelho” de mais invasões, caso suas demandas não sejam atendidas.

Como de costume, diante das insatisfações, o MST recorre à pressão popular. A insatisfação ocorre dois meses antes do início do “Abril Vermelho”, período que marca o aniversário do massacre de Eldorado dos Carajás, quando 19 sem-terras foram assassinados em 1996.

Ao longo do “Abril Vermelho”, o MST tem o costume de fazer acampamentos em terras avaliadas por eles como “improdutivas”, no intuito de pleitear que esses espaços possam se tornar assentamentos. No ano passado, este período já foi marcado por um aumento de 150% nas invasões, em relação a 2023. Foram 35 contra 14 do ano anterior.

A insatisfação com o governo federal não data de hoje. Em dezembro, irritados com a demora, o movimento articulou ações em três Estados – Rio Grande do Sul, Pará e Mato Grosso do Sul.

O Planalto tem pedido “calma” aos militantes e falado em limitações orçamentárias. Um dos argumentos é que o programa de reforma agrária estava totalmente paralisado desde o governo Michel Temer e que, por isso, há necessidade de os sem-terra compreenderem a conjuntura.

(As informações são do jornal O Globo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Banco do Brasil faz acordo e terá de devolver R$ 20 milhões a clientes por cobranças indevidas
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play