Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 3 de abril de 2022
Uma pintura antes creditada a um aluno de Rembrandt (1606-1669) foi confirmada como sendo, na verdade, obra legítima do famoso pintor holandês. A tela Landscape with Arched Bridge (Paisagem com Ponte em Arco, em tradução livre), datada de 1638, antes era atribuída a Govert Flinck. A descoberta foi descrita como um golpe de sorte para os curadores do Museu Gemäldegalerie de Berlim, na Alemanha, proprietário da pintura, e confirmou uma crença antiga, mas nunca confirmada de fato, de que a obra era de Rembrandt.
Katja Kleinert, curadora do museu e estudiosa de arte holandesa e flamenga do século XVII, disse ter aproveitado o fato da pintura fazer parte de uma exposição do artista britânico David Hockney, que será inaugurada em 9 de abril, para analisá-la com mais detalhes e como parte do Projeto de Pesquisa Rembrandt. O quadro, que mede 28,5 x 39,5 centímetros passou por um Raio-X que mostrou mudanças e correções feitas pelo pintor holandês que ajudaram a confirmar a autoria da obra. Os especialistas também compararam Landscape with Arched Bridge com outra tela de Rembrandt, Landscape with Stone Bridge (Paisagem com Ponte de Pedra, em tradução livre), que fica no museu Rijksmuseum, em Amsterdã. Segundo Dagmar Hirschfeld, especialista no pintor, as duas obras compartilham marcas típicas dele.
O exame minucioso do quadro trouxe mais clareza quanto à maneira como Rembrandt o pintou, mostrando mudanças radicais que ele fez durante a criação da obra, como mudar a posição das nuvens de tempestade, diminuir o tamanho de uma colina e fazer alterações em um grupo de árvores. A investigação também provou que, ao contrário do que se pensava, a tela foi feita antes da obra do museu de Amsterdã.
De acordo com Hirschfeld, a nova descoberta ainda precisa ser documentada e publicada. Essa mudança significa que a tela aumentará seu valor para mais de 10 milhões de euros (o que equivale a aproximadamente 51 milhões de reais na cotação atual) – apesar de que a obra não deve ser colocada à venda. “É relevante apenas no caso de a pintura ser emprestada para outra exposição”, disse um porta-voz do museu.