Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 16 de dezembro de 2021
O rover Perseverance, da Nasa (agência espacial dos Estados Unidos), aterrissou em Marte há 10 meses e já tem promovido algumas revelações surpreendentes. A nova descoberta do robô é que o solo rochoso do planeta já foi formado por fluxos de lava vulcânica. O anúncio foi feito durante o Encontro de Outono da União Geofísica Americana em Nova Orleans, nos Estados Unidos.
A análise dos cientistas mostrou cristais de olivina rodeados por piroxênio, ambos apontando para uma origem vulcânica. Para os estudiosos, essa é uma informação “completamente inesperada”, segundo a rede norte-americana CNN. Antes, eles acreditavam que as camadas de rochas eram sedimentares, de um material depositado por um rio antigo.
As amostras obtidas pelo Perseverance também apresentam indícios de água e até moléculas orgânicas. Essas descobertas permitem criar uma linha do tempo precisa do que ocorreu na cratera de Jezero, local de um antigo lago no planeta, e assim entender melhor a história de Marte.
Uma ferramenta fundamental para a nova evidência de Marte foi o fato do robô ter usado uma furadeira na ponta do braço para raspar as superfícies das rochas. “Os cristais dentro da rocha nos deram a resposta”, comenta Ken Farley, cientista do projeto Perseverance do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, Califórnia, em um comunicado.
O Perseverance conta com uma série de instrumentos sofisticados para analisar os materiais obtidos. Um deles é o PIXL, ou Instrumento Planetário para Litoquímica de raios-X, que revela o conteúdo mineral.
Agora, a equipe quer saber se as rochas contendo olivina foram formadas por um lago de lava que teria se esfriado ou por lava subterrânea de um antigo vulcão que teria sido exposto à erosão. “Esperamos que o fundo da cratera original seja significativamente mais profundo do que onde estamos agora”, acrescenta Farley.
Água em Marte
No maior sistema de cânions do Sistema Solar, o Valles Marineris, em Marte, a sonda ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO) detectou um reservatório de água até então desconhecido. A descoberta foi divulgada pela Agência Espacial Europeia (ESA).
Já se sabia da existência de água em Marte, a maior parte encontrada congelada em regiões polares do planeta. Não há, contudo, gelo exposto na superfície próxima ao equador marciano. Isso porque as temperaturas por lá não são frias o bastante para garantir a estabilidade da substância.
Por isso, missões espaciais têm vasculhado a superfície do planeta vermelho em latitudes mais baixas em busca de pequenas quantidades da água. O composto pode estar também, no formato de gelo, cobrindo grãos de poeira no solo e até preso em minerais. Para explorar essa possibilidade, a TGO utilizou o seu instrumento Frend (Fine Resolution Epithermal Neutron Detector).
O aparelho mapeou o hidrogênio em Marte, um sinal da presença de água. O resultado foi que Frend detectou um reservatório com uma área do tamanho aproximado da Holanda e que coincide com os vales do Candor Chaos, região conhecida por ser promissora na busca pela substância.