Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 6 de abril de 2022
O embaixador da Rússia no Conselho de Segurança da ONU, Vassily Nebenzia, afirmou que as tropas de Vladimir Putin não estão na Ucrânia para “conquistar territórios”. Também alegou ter viabilizado a saída de 600 mil pessoas do território ucraniano para áreas russas.
Nebenzia classificou como “acusações infundadas” as denúncias de crimes de guerra cometidos pelas forças russas. Segundo ele, as alegações “não são confirmadas por qualquer testemunha ocular”.
“Não havia outro modo de trazer paz à região do Donbass”, afirmou Nebenzia, que voltou a acusar a Ucrânia e o Ocidente de não respeitarem os Acordos de Minsk. Ele ainda tornou a declarar que “nazistas comandam o show” em Kiev.
“Temos centenas ou milhares de depoimentos em vídeo de pessoas que estão prontas para fornecer informações sobre a crueldade dos nacionalistas ucranianos”, prosseguiu o embaixador russo, que intensificou as críticas às potências ocidentais que se alinharam a Kiev.
“Viemos à Ucrânia não para conquistar territórios, mas para trazer a tão aguardada paz para a região de Donbass, que sofre um banho de sangue”, acrescentou. “Precisamos cortar o tumor maligno nazista que está consumindo a Ucrânia. Atingiremos esse objetivo, não há outro resultado.”
Minutos antes, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, elevou o tom das críticas à Rússia durante o seu pronunciamento virtual no Conselho de Segurança da ONU.
“Eles seguiram uma política de destruir a diversidade étnica e religiosa, depois inflamar as guerras e deliberadamente liderá-las de forma a matar muitos civis”, afirmou. “Alguns deles foram fuzilados nas ruas, outros foram jogados nos poços para morrer. Em sofrimento. Eles foram mortos em seus apartamentos, casas foram explodidas por granadas.”
Zelensky ainda declarou que os locais atacados variam, “mas a crueldade é a mesma”. Ele tornou a pedir que a Rússia seja responsabilizada pelas ações em território ucraniano e fez críticas à atuação do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Soldado russo
Um vídeo publicado na última segunda (4) e verificado pelo jornal The New York Times parece mostrar um grupo de soldados ucranianos executando um militar russo ferido perto de uma vila nos arredores de Kiev.
“Ele ainda está vivo. Filme esses saqueadores. Veja, ele ainda está vivo. Está engasgando”, diz um homem, enquanto o soldado russo, com um casaco sobre sua cabeça, aparentemente ferido, ainda está respirando.
O soldado, então, dá dois tiros no militar. Ao ver que ele ainda está se movendo, ele atira novamente. O New York Times não divulgou o vídeo por conta das imagens violentas.
Os corpos de outros três homens que parecem ser soldados russos, um deles com um ferimento na cabeça e com mãos amarradas nas costas, podem ser vistos perto das vítimas. Todos usam roupas camufladas, e três têm braçadeiras usadas normalmente pelas tropas russas. Seu equipamento está espalhado ao seu redor, e há marcas de sangue nas cabeças.
Todos estão em uma estrada a poucos passos de um BMD-2, veículo de infantaria usado pelas unidades aerotransportadas russas. Alguns parecem ter tido seus casacos, sapatos e capacetes retirados e, ao longe, podem ser vistos outros veículos militares destruídos.
As imagens foram feitas em uma estrada ao norte da vila de Dmytrivka, a cerca de 11 km de Bucha, onde a descoberta de centenas de corpos de pessoas usando roupas de civis levou a acusações de que as tropas russas teriam promovido um massacre durante a ocupação.
As aparentes execuções parecem ter sido um resultado de uma emboscada ucraniana contra uma coluna russa por volta do dia 30 de março, quando as tropas russas estavam se retirando de pequenas cidades a oeste de Kiev, e que foram cenário de intensos combates nas semanas anteriores.