Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 6 de fevereiro de 2025
Desde que retornou à Casa Branca, o presidente Donald Trump disse que seu governo já teve discussões com a Rússia sobre seu plano para encerrar os combates na Ucrânia, sem mais detalhes. O magnata republicano prometeu fechar um acordo entre o líder da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky. Nessa quinta-feira (6), o Kremlin confirmou, pela primeira vez, que os contatos com os Estados Unidos para discutir o tema ocorreram e se intensificaram recentemente.
“Há de fato contato entre certas agências governamentais e eles se intensificaram recentemente”, declarou à imprensa o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, que antes se esquivava do assunto.
A fala de Peskov se dá em meio a acenos de ambos os países para uma maior disposição de pôr fim ao conflito. Apesar de reiterar que considera Zelensky um presidente ilegítimo, o porta-voz disse que Moscou estava pronta para conversar com ele. Enquanto Zelensky, da mesma forma, afirmou que estava pronto para uma conversar com Putin.
A confirmação dos contatos pelo Kremlin é o primeiro sinal concreto de progresso nas negociações após meses de incerteza sobre a capacidade de Trump de cumprir suas promessas. A falta de qualquer comunicação confirmada entre os dois líderes ou de planos para uma reunião, para a qual o americano fez um apelo público, manteve os observadores em dúvida sobre a rapidez com que qualquer negociação poderia sair do papel.
O governo Trump deve apresentar na próxima semana um plano de paz para o conflito, que está prestes a completar três anos, informou a Bloomberg. A proposta será revelada durante a Conferência de Segurança de Munique, entre os dias 14 e 16, pelo enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg. Em publicação no X, na segunda-feira, ele disse que estava “ansioso para falar sobre a meta de Donald Trump de acabar com a sangrenta e custosa guerra”, e que se reunirá com aliados.
Não foram dados detalhes sobre como serão as discussões, tampouco sobre o que Kellogg levará a Munique. Segundo informações da equipe de Trump que circulam nas últimas semanas, o ponto central será a ideia da “paz através da força”, ou seja, pressionar russos e ucranianos ao engajamento diplomático.
Trump X Putin
Trump tem se mostrado cada vez mais impaciente com Putin, e intensificou junto a seus conselheiros a apresentação de planos para forçar a Rússia a fazer concessões por meio de sanções mais severas ou de uma queda no preço do principal produto de exportação do país, o petróleo.
Embora tenha elogiado Trump em público, a ponto de concordar com acusações infundadas do republicano de que a eleição presidencial dos EUA em 2020 foi “roubada” dele e que, se ele estivesse no cargo, “talvez o conflito na Ucrânia não tivesse começado”, Putin tem se mostrado indiferente às propostas de paz dos EUA. O presidente russo não se afastou das exigências que fez quando invadiu a Ucrânia.
Caso as negociações evoluam, os dois lados vão precisar resolver algumas questões espinhosas, como o futuro do território ucraniano anexado por Moscou, a entrada na OTAN e as garantias que seriam dadas para assegurar que os ataques não se repetiriam.