Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de janeiro de 2025
O 8 de janeiro de 2023 forçou uma série de mudanças em protocolos e equipamentos de segurança da Praça dos Três Poderes. Os reforços envolvem vidros blindados, ampliação de vigilantes privados e câmeras com inteligência artificial capazes de fazer o reconhecimento facial de pessoas. Também houve a publicação de uma portaria que permite barrar manifestações consideradas ameaçadoras à “estabilidade institucional”.
O sistema de videomonitoramento do Palácio do Planalto está sendo ampliado de 44 para 348 câmeras, sendo 23 com tecnologia para reconhecimento facial. Ao todo, as instalações presidenciais, como a Granja do Torto, o Pavilhão de Metas e os palácios do Jaburu e da Alvorada, terão 708 câmeras. Eram 68. O custo dos novos equipamentos é de cerca de R$ 8,5 milhões.
A Presidência também se prepara para colocar vidros blindados no 1º andar do Planalto. As paredes envidraçadas foram destruídas pelos radicais. Hoje, só o gabinete presidencial, no 3º andar, tem a proteção. A mudança, que precisou de aval do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e foi liberada, tem custo estimado de R$ 14 milhões.
Os ataques levaram a um reforço do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela segurança do presidente da República e do vice. Desde o 8 de Janeiro, o efetivo cresceu 60%.
Efetivo ampliado
Parcialmente destruído no 8 de Janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) adotou medidas para ampliar a segurança do prédio e dos ministros. Entre elas, aumentou o efetivo de policiais judiciais e reforçou o corpo de seguranças terceirizados. Assim como o Planalto, o tribunal adotou sistema de videomonitoramento com uso de inteligência artificial. As câmeras têm tecnologia de visão noturna e “barreiras virtuais” que alertam para acessos a áreas indevidas.
“Essas ferramentas foram decisivas no atentado de 13 de novembro, quando uma câmera identificou a ameaça de um criminoso portando diversos artefatos explosivos”, disse o chefe da segurança do Supremo, Marcelo Schettini.
Manifestações
Uma das primeiras medidas do governo do Distrito Federal após os ataques às sedes dos Três Poderes foi estabelecer, por meio de portaria, ainda em março de 2023, uma Área de Segurança Especial (ASE), com regras mais claras para exercício do direito de manifestação. A portaria dá poder para a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal barrar manifestações se houver “grave ameaça à estabilidade institucional, ao estado democrático de direito, à segurança ou à ordem pública”.
Além disso, houve mudança na forma como são elaborados os Protocolos de Ações Integradas (PAIs), documentos nos quais são traçados planos para lidar com manifestações em Brasília. Falhas na elaboração do PAI para o 8 de Janeiro, que se anunciou violento, são apontadas como decisivas para os episódios de vandalismo. (Estadão Conteúdo)