Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Saiba por que pouso de nave de empresa americana na Lua é considerado “histórico”

Uma companhia americana fez história na última quinta-feira (22) ao se tornar a primeira empresa comercial a colocar uma nave na superfície da Lua. A Intuitive Machines, com sede em Houston, pousou seu módulo Odysseus perto do polo sul lunar.

Demorou alguns minutos para os controladores confirmarem que o módulo tinha pousado, mas eventualmente um sinal foi recebido.

“O que podemos confirmar, sem dúvida, é que o nosso equipamento está na superfície da Lua e que estamos com transmissão”, anunciou o diretor de voo, Tim Crain.

Os funcionários da empresa aplaudiram e se emocionaram com a notícia. Foi um momento importante não apenas para a exploração comercial do espaço mas para o programa espacial dos EUA em geral.

A Intuitive Machines quebrou a ausência de meio século dos Estados Unidos na superfície da Lua.

É preciso voltar à última missão Apollo, em 1972, para lembrar da ocasião mais recente em que um equipamento americano se aproximou suavemente do solo lunar.

A agência espacial norte-americana Nasa comprou espaço no Odysseus para seis instrumentos científicos, e o seu administrador, Bill Nelson, rapidamente parabenizou o que descreveu como um “triunfo”.

“Os EUA voltaram à Lua”, disse ele. “Hoje, pela primeira vez na história da humanidade, uma empresa comercial, uma empresa americana, lançou e liderou uma missão até lá. Hoje é o dia que mostra o poder e a o potencial das parcerias comerciais da Nasa.”

O Odysseus pousou às 23h23 GMT (20h23 em Brasília). A princípio, não houve nenhum sinal de confirmação do robô, e os controladores tiveram que esperar vários minutos até captar um — e ele estava fraco.

Os engenheiros analisarão nas próximas horas precisamente o que aconteceu — e vão verificar também se o Odysseus está de pé coletando energia adequadamente através de suas células solares.

O local de pouso planejado era um terreno cheio de crateras próximo a um complexo montanhoso de 5 km de altura conhecido como Malapert. É o ponto mais ao sul da Lua já visitado por uma nave.

Uma investigação importante por parte da Nasa será a análise do comportamento da poeira lunar, que os astronautas da Apollo consideraram um sério incômodo, por arranhar e obstruir os equipamentos.

Entre os seis equipamentos apoiados pela Nasa está um sistema de câmeras da Universidade Aeronáutica Embry-Riddle que teoricamente deveria ter se soltado do Odysseus quando este ainda estava a 30 metros da superfície lunar.

O sistema foi projetado para tirar fotos enquanto o módulo pousava.

O artista americano Jeff Koons também anexou uma caixa na lateral do módulo de pouso contendo 125 pequenas bolas de aço inoxidável para representar as diferentes fases da Lua ao longo de um mês.

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