Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 20 de janeiro de 2025
Donald Trump, que tomou posse nessa segunda-feira (20) como presidente dos Estados Unidos, colocou a política econômica no centro de sua campanha e também no discurso que fez hoje no Congresso Nacional do país. Ele demonstrou estar disposto a levar adiante as ideias que defendeu para ser eleito.
Para isso, ao montar sua equipe econômica, recorreu a um grupo de executivos de Wall Street, economistas, acadêmicos e até advogados. A ideia é de que o ajudem a implementar seus planos de reduzir impostos, impor tarifas e cortar regulações.
Em contraste com seu primeiro mandato na Casa Branca (2017-2020), quando Trump nomeou conselheiros com opiniões divergentes sobre temas como livre comércio e tarifas, os homens que o presidente eleito escolheu desta vez declararam estar alinhados com sua agenda. Ao menos por enquanto.
Ainda assim, resta saber quão bem seus conselheiros trabalharão juntos e se aqueles com visões mais tradicionalmente conservadoras estarão dispostos a aceitar a abordagem pouco convencional de Trump em relação à política econômica.
Scott Bessent
Um gestor bilionário de fundos hedge, Scott Bessent fez a improvável transição de carreira de doador para políticos democratas e investidor de destaque para George Soros à escolha de Trump para liderar o Departamento do Tesouro.
Se confirmado, Bessent trará amplo conhecimento sobre mercados financeiros e economia internacional para o cargo. Ele é um defensor de tarifas, e quer uma presidente sombra para o Federal Reserve e, talvez, um dólar mais fraco. Na década de 1990, ganhou notoriedade ao apostar contra a libra esterlina, gerando US$ 1 bilhão para sua empresa, a Soros Fund Management.
Como conselheiro da campanha de Trump, Bessent promoveu o plano “3-3-3”, que consiste em aumentar o crescimento para 3%, reduzir o déficit orçamentário para 3% do PIB e elevar a produção de energia em 3 milhões de barris de petróleo por dia ou o equivalente em outros combustíveis.
Howard Lutnick
Howard Lutnick ganhou reputação como um trader implacável durante suas décadas em Wall Street como presidente-executivo da Cantor Fitzgerald, uma empresa de serviços financeiros especializada em títulos do governo. A empresa tinha seus escritórios no World Trade Center e perdeu muitos de seus operadores no ataque de 11 de setembro de 2001, incluindo o irmão de Lutnick.
Lutnick assumiu o posto no Departamento de Comércio depois que a posição mais cobiçada no Tesouro foi dada a Bessent. Mas, em uma reviravolta, Trump deu a Lutnick autoridade sobre o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos, uma agência separada que pode ser crucial para cumprir os planos comerciais de Trump. Assim como Trump, Lutnick defendeu a imposição de tarifas para proteger indústrias americanas da concorrência estrangeira.
Jamieson Greer
Como principal negociador comercial de Trump, Jamieson Greer será responsável por enfrentar outros países em questões comerciais. Advogado especializado em litígios comerciais e ex-advogado da Força Aérea, Greer foi chefe de gabinete e discípulo de Robert E. Lighthizer, representante comercial de Trump no primeiro mandato.
No primeiro governo Trump, Greer esteve envolvido nas negociações de acordos comerciais com China, Canadá e México.
Kevin Hassett
Kevin Hassett trará uma longa carreira defendendo a redução de impostos corporativos, de volta à Casa Branca. Ele foi chefe do Conselho de Assessores Econômicos durante o primeiro mandato de Trump e estava entre os republicanos que insistiam que os cortes de impostos de Trump se pagariam por si mesmos.
Conselheiro de longa data dos republicanos, Hassett também aconselhou vários candidatos presidenciais, incluindo Mitt Romney, George W. Bush e John McCain.
Durante o primeiro mandato de Trump, Hassett desagradou alguns ativistas conservadores devido a suas opiniões favoráveis a uma maior imigração. Ele desempenhará novamente um papel importante na redução de impostos e no estímulo ao crescimento econômico como diretor do Conselho Econômico Nacional.
Russell Vought
Após atuar como diretor do Orçamento da Casa Branca durante o primeiro mandato de Trump, Russell Vought trará sua experiência anterior para o Escritório de Gestão e Orçamento. O cargo é central para definir as prioridades de gastos do governo e garantir que as agências federais estejam em conformidade com as políticas do presidente.
Vought passou os últimos quatro anos planejando uma reestruturação do governo dos Estados Unidos para aumentar o poder presidencial. Ele foi uma figura importante no Projeto 2025, um esforço de organizações conservadoras para construir um plano de governo para Trump, que incluía a revogação de muitas regulações federais e a reformulação do processo regulatório.
Stephen Miran
Trump recorreu a integrantes do Departamento do Tesouro de seu primeiro mandato para encontrar um novo economista-chefe. Stephen Miran foi conselheiro sênior de políticas econômicas no Tesouro durante o primeiro mandato de Trump, papel que incluiu aconselhamento sobre apoio fiscal durante a pandemia de coronavírus. No novo mandato de Trump, ele vai presidir o Conselho de Assessores Econômicos.
Agora estrategista sênior da Hudson Bay Capital Management, um fundo hedge, Miran expressou forte apoio às ameaças tarifárias intensificadas de Trump e afirmou que o presidente eleito tinha um mandato para “reestruturar o sistema de comércio global para torná-lo mais justo para os americanos.”
Ele inclusive sugeriu que tarifas altas poderiam ser o preço que os aliados pagam pelo “guarda-chuva” de defesa dos Estados Unidos, e que o país poderia se beneficiar de tarifas médias em torno de 20% e até 50%, em comparação com os atuais 2%. Miran possui doutorado em economia pela Universidade de Harvard.
Peter Navarro
Ao nomear Peter Navarro como conselheiro sênior para comércio e indústria, Trump garantiu a presença de um defensor intransigente contra a China e entusiasta de tarifas nos debates da Casa Branca sobre economia.
Navarro foi assessor comercial durante o primeiro mandato de Trump, mas também assumiu outras responsabilidades, incluindo esforços para combater produtos falsificados vendidos online e agilizar a distribuição de equipamentos de saúde durante a pandemia.
Economista formado por Harvard, Navarro se mostrou um dos assessores mais leais de Trump e cumpriu quatro meses de prisão no ano passado após se recusar a cooperar com uma investigação do Congresso sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
Michael Faulkender
Trump escolheu outro veterano do Departamento do Tesouro de seu primeiro mandato ao selecionar Michael Faulkender como secretário-adjunto do Tesouro.
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Durante sua primeira passagem, Faulkender foi secretário-assistente de política econômica, desempenhando um papel central na negociação do programa de alívio pandêmico de US$ 2 trilhões conhecido como Lei CARES e ajudando a supervisionar o Programa de Proteção ao Pagamento, que ajudou pequenas empresas a sobreviverem durante a pandemia.
Faulkender é professor de finanças na Escola de Negócios Robert H. Smith da Universidade de Maryland, onde também atuou como vice-reitor. (com informações de “O Globo”)