Sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Saiba quem pode prescrever a cannabis medicinal

No Brasil, qualquer médico com inscrição ativa no Conselho Federal de Medicina (CFM) pode receitar produtos de cannabis com fins medicinais para seus pacientes, independente da especialidade, inclusive como primeira via de tratamento.

Um ponto que poucos sabem é que até mesmo profissionais de odontologia, como dentistas e cirurgiões dentistas, também estão aptos para indicar o tratamento.

De acordo com o especialista, o médico ou dentista pode recomendar um produto à base de cannabis para compra diretamente em estabelecimentos nacionais (regimentada pela RDC 327/2019) ou através de importação legalizada (regimentada pela RDC 660/2022) via autorização da Anvisa.

O processo acontece da seguinte maneira: o paciente passa por uma consulta com um profissional da saúde em que a prescrição seja autorizada. O especialista avalia o caso para determinar se o tratamento com canabidiol é uma alternativa. Com a receita em mãos, o paciente pode procurar a importadora para os trâmites de envio do produto do exterior para o Brasil.

Para que serve a cannabis medicinal?

São diversas as condições passíveis de tratamento com cannabis medicinal: anorexia, ansiedade, autismo, câncer, náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, dor crônica, depressão, distonia, epilepsia, síndromes intestinais, fibromialgia, enxaquecas, dores neuropáticas, dependência de opioides, cuidados paliativos, doenças neurodegenerativas, polimialgia reumática, etc.

1. Cannabis e maconha é a mesma coisa?

Muitos se perguntam se cannabis é a mesma coisa que maconha. O que acontece é que o nome científico da substância em questão é Cannabis sativa L., então, sim, são a mesma coisa. Mas, para falar de aplicação terapêutica dos componentes extraídos da planta, o termo utilizado tem sido cannabis medicinal.

2. Existe diferença entre CBD e THC

A cannabis possui mais de 100 canabinoides já identificados e encontrados nas flores, folhas e caule da planta. Os mais conhecidos são o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD).

Segundo a médica da Clínica Gravital Amanda Medeiros, o THC é a substância responsável pelo efeito psicoativo, mas isso só acontece quando há uma grande concentração. No uso medicinal, o THC não é utilizado com esse objetivo, mas sim de oferecer relaxamento, aumento de apetite, alívio de dores, etc.

3. As leis brasileiras autorizam o uso da cannabis medicinal

A Anvisa autorizou o uso terapêutico de cannabis medicinal em maio de 2015, por meio da RDC 17/2015. Essa resolução permitiu ao paciente importar o produto mediante autorização expressa da Anvisa e receita médica.

4. Os óleos são a forma mais comum da cannabis medicinal

A composição do óleo pode variar de acordo com a concentração dos canabinoides, como, por exemplo: óleos com CBD isolado (puro), óleo rico em CBD com até 0,3% de THC, óleos balanceados com concentrações de metade de CBD e a outra metade de THC ou até mesmo óleos ricos em THC.

5. Todos os seres humanos têm um sistema endocanabinoide

Segundo o médico André Cavallini, endocanabinoides são neurotransmissores à base de gordura que o corpo produz, responsáveis por uma variedade de funções corporais, incluindo a modulação da inflamação, função do sistema imunológico e neurotransmissores.

“Os canabinoides encontrados na planta de cannabis, incluindo THC e CBD, podem ativar o sistema endocanabinoide no corpo e podem ajudar a resolver dores crônicas, enxaquecas, dores abdominais, inchaço e outros problemas”, afirma o especialista.

Mesmo que nunca tenhamos tido contato algum com a planta, estudos mostram que temos um sistema responsável por regular o equilíbrio das funções do organismo, desempenhando funções como regulação de temperatura corporal, da fome e do sono, determinando nossos níveis de sensibilidade à dor e até desempenhando funções autoimunes e neuroprotetoras.

6. Cannabis medicinal possui menos efeitos colaterais

Em comparação às alopatias convencionais, a cannabis medicinal apresenta menos efeitos colaterais, além de não haver risco de overdose ou problemas hepáticos por sobrecarga do fígado. Os especialistas explicam que são produtos que contam com processos de testagem seguros, oferecendo uma solução economicamente mais viável e mais saudável do que produtos sintéticos.

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