Sábado, 21 de setembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 5 de janeiro de 2022
As 500 pessoas mais ricas do planeta tiveram um 2021 espetacular. A fortuna combinada dos maiores bilionários do mundo atingiu o recorde histórico de US$ 8,4 trilhões (R$ 47 trilhões), uma quantia muito maior que o tamanho das economias de grandes potências como Japão, Alemanha ou o Reino Unido. O valor também supera o Produto Interno Bruto (PIB) combinado de toda a América Latina.
As ações na bolsa de valores de Wall Street tiveram um aumento gigantesco em 2021, que empurrou a riqueza dos magnatas para níveis nunca vistos antes.
Além da alta nas bolsas, também aumentaram preços das propriedades, criptomoedas, commodities e muitos outros produtos, apesar do segundo ano de pandemia, cuja crise ainda mantém muitos países em desenvolvimento incapazes de se recuperar.
A riqueza combinada desses 500 magnatas subiu mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,6 trilhão), de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
Recorde de Elon Musk
Entre os dez magnatas mais ricos do planeta, quem teve o maior aumento em suas fortunas foi o fundador da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, com um crescimento impressionante de 75% em apenas um ano, deixando para trás bilionários como Jeff Bezos ou Bill Gates.
Como se não bastasse um patrimônio líquido de US$ 273,5 bilhões (R$ 1,5 trilhão), nos primeiros dias deste ano Musk bateu seu próprio recorde, quando nesta terça-feira acrescentou mais US$ 32 bilhões (R$ 181 bilhões) à sua fortuna.
O salto veio depois que o preço das ações da Tesla disparou, após o anúncio de que a fabricante de carros elétricos lançou 936 mil veículos no ano passado, uma marca que excedeu em muito as projeções dos analistas.
Musk é seguido por outros super-ricos, como os co-fundadores do Google, Larry Page e Sergey Brin – com suas fortunas crescendo 57% e 56% no ano passado, respectivamente.
Também estão na lista o fundador do império empresarial de marcas de luxo LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), Bernard Arnault (55%), e o ex-CEO da Microsoft Steve Ballmer (50%).
Em que contexto acontece esse aumento de riqueza?
Os mais ricos se beneficiaram de grandes ganhos no mercado de ações – em um ano em que as taxas de juros ficaram historicamente baixas e os bancos centrais e os governos injetaram muito dinheiro nas economias. Já as pessoas de baixa renda e os países mais vulneráveis não fizeram parte da festa do mercado de ações.
A recuperação do impacto econômico da pandemia de covid-19 tem sido desigual. Muito do crescimento do PIB que os países apresentaram no último ano se deve a um “efeito rebote”, porque a base de comparação com 2020 é muito baixa.
E, por outro lado, grande parte do crescimento nos últimos meses tem sido impulsionado por fatores como o consumo ou o aumento do preço das matérias-primas, mas não é um crescimento produtivo que mostra uma recuperação mais fundamental.
A América Latina está longe de retornar aos níveis de expansão pré-pandêmica, que já eram baixos em 2019.
Globalmente, 40% da população mais pobre ainda não começou a recuperar sua renda perdida devido à pandemia. Mais de 100 milhões de pessoas caíram na pobreza extrema devido ao covid-19, de acordo com o Banco Mundial.