Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 24 de março de 2023
Sal é o tempero da vida, dizem alguns. Outros, mais filosóficos, dizem que é o amor. O certo é que para a comida ficar saborosa, grande parte das pessoas gosta de utilizar temperos como cebola, alho, ervas e, claro, o sal. Ou melhor, os sais. Afinal, há vários tipos: marinho; grosso; o sal de cozinha, ou refinado, também chamado de comum; a versão light; o rosa do Himalaia; flor de sal; e daí por diante. Mas qual deles é melhor? Qual escolher? A nutricionista Renata Buzzini ressalta que, mesmo que aparentemente não haja grandes diferenças entre alguns tipos de sal, nutricionalmente eles carregam particularidades muito próprias. Todos são compostos principalmente pelo cloreto de sódio, mas há outros minerais e nutrientes naturais ou adicionados pela indústria característicos de cada um. Confira!
1. Sal comum (refinado, de cozinha)
O sal comum, usado na cozinha por grande parte da população, é processado, refinado e, por isso, acaba perdendo a maior parte dos seus minerais. Além disso, ele passa por processos físicos e químicos de tratamento térmico, refinamento e branqueamento, para deixá-lo soltinho e branquinho como estamos acostumados. É acrescido de iodo, uma técnica que ajudou a reduzir enormemente os casos de bócio e de outras doenças causadas pela deficiência de iodo. O sal iodado, portanto, possui basicamente cloreto de sódio e iodo, e tem um papel importante na saúde pública, desde que consumido com parcimônia, já que o excesso de sódio pode causar vários problemas de saúde, com destaque para a hipertensão arterial.
2. Sal grosso
O sal grosso é usado para evitar que os alimentos se desidratem. No churrasco, ele deixa a carne mais suculenta, porém, também é um sal que perde boa parte dos seus minerais durante o processo de industrialização, mesmo sendo menos refinado. Também costuma ser iodado.
3. Sal light
De acordo com Renata, muitas pessoas encaram o sal light como “carta branca” para pesar a mão no saleiro, mas é importantíssimo ressaltar que ele é composto por 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio. De fato, é uma opção com menor teor de sódio, com impacto positivo sob a redução no risco de eventos cardiovasculares. Porém, o excesso de potássio (segundo composto deste sal) pode descompassar os batimentos cardíacos, principalmente em pessoas com problemas renais, pois são os rins que auxiliam a controlar os níveis desse mineral no organismo. Assim, pessoas com problemas renais devem evitá-lo.
4. Sal marinho
Como o próprio nome sugere, o sal marinho é obtido a partir da evaporação da água, quando a secagem ocorre ao sol. Assim, os nutrientes como magnésio, cálcio, zinco e ferro são preservados, não havendo adição de agentes para torná-lo mais branco nem de substâncias para controlar sua umidade natural e deixá-lo soltinho. No entanto, não é iodado, não contribuindo para a prevenção de doenças causadas por deficiência de iodo.
“Ele passa apenas pelo processo de moagem, e não pelos tratamentos físicos e químicos, o que preserva seus microelementos minerais e oligoelementos. Possui uma quantidade de sódio menor que o sal refinado (por volta de 30% do peso total) e é rico em alguns nutrientes, como magnésio, sulfato, cálcio e potássio”, explica a profissional.
Mas vale lembrar que esses minerais podem ser obtidos por uma alimentação balanceada, não sendo dependentes do sal.
5. Sal rosa
Extraído das salinas do Himalaia, na Ásia, o sal rosa, conhecido também como sal do Himalaia, possui uma boa quantidade de ferro e de cobre e mais de 80 tipos de minerais. Ele tem a metade da quantidade de sódio encontrada no sal comum. O condimento costuma ter coloração rosada devido à composição repleta de minerais, como magnésio, potássio e cálcio. Segundo Renata, seu sabor é levemente menos salgado que os citados anteriormente. Portanto, é importante tomar cuidado para não utilizá-lo em excesso.
6. For de sal
“Se você chegou até aqui, fica um bônus de tempero: a flor de sal. Ela é formada nas superfícies salinas; logo, são os primeiros cristais de sal que se formam nesse local. A flor de sal é pura, e recomenda-se utilizar apenas na finalização dos pratos. Sendo assim, é uma opção boa para saladas ou alimentos que não foram temperados no decorrer do cozimento”, acrescenta Renata Buzzini.
Outros tipos de sal
7 – Sal kosher: de formato irregular e não refinado, é usado no preparo de carnes, especialmente nas carnes preparadas de acordo com os costumes judaicos. Ajuda a secar melhor o sangue das carnes e não possui aditivos, serve para cozinhar e não para salgar alimentos na mesa. Não é comum no Brasil. É similar ao sal refinado, porém, sem a presença do iodo.
8 – Sal Maldon: conhecido como o tempero da família britânica, é nobre e utilizado pelos chefs mais renomados da culinária mundial. Sem aditivos e completamente natural, é crocante e resistente à umidade dos alimentos.
9 – Sal negro: tem origem indiana e seu sabor remete à gema de ovo, pois, devido ao alto teor de enxofre, tem odor semelhante ao ovo. Possui textura crocante, é muito solúvel e, por isso, é indicado para a preparação de massas e molhos.
10 – Sal do Havaí: possui a coloração rosa avermelhada, pois é proveniente de uma região argilosa, rica em ferro.
11 – Sal defumado: é comumente produzido na França e é defumado a partir da fumaça proveniente da queima de barris de carvalho, que são usados no envelhecimento de vinhos. São sais mais aromáticos.
12 – Sal temperado: nada mais é do que a mistura de sal com especiarias. Normalmente, são ervas frescas que irão ajudar no sabor diferenciado dos alimentos.