Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 11 de janeiro de 2025
Os preços da picanha e da cerveja subiram no Brasil em 2024, o segundo ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É o que apontam dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) divulgados nessa semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No ano passado, a picanha acumulou inflação (alta) de 8,74%, após deflação (queda) de 10,69% em 2023. Já os preços da cerveja consumida no domicílio avançaram 4,5% em 2024, depois de elevação de 5,29% no ano anterior.
O consumo dos dois itens virou assunto político a partir das eleições de 2022. Candidato à época, Lula defendeu a ideia de que o brasileiro deveria voltar a fazer churrascos com picanha e cerveja.
A cerveja consumida fora dos domicílios, em locais como bares ou restaurantes, fechou 2024 com inflação de 5,83%, segundo o IPCA. A alta veio após avanço de 5,23% em 2023.
As carnes, de modo geral, aumentaram 20,84% no IPCA de 2024. Foi a maior alta até dezembro desde 2019 (32,4%).
Economistas afirmam que as carnes ficaram mais caras em 2024 devido a uma combinação de fatores. Exportações em alta, dólar elevado e impactos da estiagem e das queimadas no campo fazem parte dessa lista. Outra questão apontada é a demanda interna aquecida pela queda do desemprego e pelos ganhos de renda da população.
André Almeida, analista do IBGE, destacou que a carestia das carnes ficou concentrada no segundo semestre de 2024, após trégua na primeira metade do ano.
“Teve estiagem, ondas de calor. Isso intensificou os efeitos da entressafra [na pecuária]. As pastagens ficaram ainda mais restritas”, disse. “Por conta até do próprio ciclo da pecuária, a gente teve menor volume de animais para abate, o que reduz a oferta do produto para o consumidor final e acaba pressionando os preços”, completou.
Ao analisar especificamente produtos alimentícios, o IBGE identificou que as principais altas dentro do item carnes foram o contrafilé (20,06%), carne de porco (20,06%), alcatra (21,13%) e costela (21,33%). Esses subitens só perdem para o café moído (39,60%) e o óleo de soja (29,21%). Mesmo assim, as carnes influenciam mais o IPCA, pois têm maior peso na cesta de produtos do brasileiro, segundo metodologia do IBGE.
“A influência do clima está muito ligada à produção dos alimentos. Se chove muito ou fica muito seco, isso tudo compromete a produção”, aponta o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves.