Domingo, 15 de dezembro de 2024

Seguradoras já desembolsaram mais de R$ 6 bilhões no RS por causa das enchentes de maio

Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) apontam que as indenizações pagas por empresas do segmento aos gaúchos afetados pelas enchentes de maio somam mais de R$ 6 bilhões até agora. O montante abrange quase 58 mil contratos ao longo de sete meses desde a pior catástrofe ambiental já ocorrida no Rio Grande do Sul.

A maior parte dos casos está relacionada a sinistros residenciais (29,8 mil casos), responsáveis por ressarcimentos que totalizam mais de R$ 594 milhões. Em segundo lugar aparecem os automóveis (18,1 mil), que no entanto correspondem à maior soma de recursos indenizatórios: R$ 1,2 bilhão.

E mesmo com tantas cenas de inundações na zona rural de cidades do Interior do Estado, os pagamentos de contratos no âmbito do setor agrícola respondem até o momento pela menor parte do montante. Foram menos de 1,4 mil indenizações, que demandaram aproximadamente R$ 167 milhões.

Na avaliação da CNSeg, o valor total dispendido pelo segmento no Rio Grande do Sul em processo de reconstrução da tragédia climática está abaixo do projetado inicialmente pelo setor, que era de R$ 7 bilhões. E não deve crescer de forma considerável nos próximos meses, indicando assim que a grande maioria dos segurados já encaminhou a solicitação.

O comando da entidade pondera que esses R$ 6 bilhões estão as mais altas quantias já pagas pelo segmento em um só contexto, mas sequer chegam perto de 10% do total das perdas registradas de forma geral, ou seja, cobertas ou não por apólice. Esse valor é de R$ 100 bilhões.

Na divisão por áreas de atuação, predominaram os ressarcimentos a estabelecimentos de grande porte e diretamente atingidos por inundação, sofrendo danos materiais e prejuízos devido ao impedimento de prosseguir com suas atividades. Juntos, custaram mais de R$ 3 bilhões às seguradoras (708 sinistros). Foi o caso do Aeroporto Internacional Salgado Filho e dos estádios Beira-Rio (Inter) e Arena (Grêmio).

Segmento resiste

A CNSeg acrescenta que as seguradoras registraram desaceleração no Estado desde maio, devido à queda na demanda por contratos. “As pessoas estão reconstruindo suas casas”, explica a entidade.

O crescimento do setor como um todo, incluindo todos os produtos de seguros, previdência aberta, capitalização e saúde, também deve perder tração em 2025, projeta o comando da Confederação. A expectativa de crescimento é de de 11,6% para este ano e de 10,1% para 2025.

Já arrecadação deste ano deve ficar em R$ 747,3 bilhões, R$ 77,8 bilhões a mais que o desempenho do ano passado. A desaceleração acompanha o Produto Interno Bruto (PIB), explica Oliveira. A previsão da CNseg é que a economia brasileira cresça 3,43% este ano e 2,50% em 2025.

Um produto voltado exclusivamente ao atendimento dos efeitos das mudanças climáticas, defendido pelo setor, ainda é uma iniciativa indefinido. O “seguro social de catástrofe”, proposto ao Congresso Nacional e ao governo federal, permanece em negociação.

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