Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025

Senadora Mara Gabrilli cobra explicações da ministra da Saúde sobre possível mudança em regras para mamografia

A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) enviou requerimentos à ministra da Saúde, Nísia Trindade, para cobrar explicações sobre uma possível mudança nos critérios para a cobertura de mamografias pelos planos de saúde. A parlamentar questiona a criação de um certificado de boas práticas para as operadoras privadas que oferecerem o exame em mulheres entre 50 e 69 anos. De acordo com Gabrilli, essa regra pode inibir a oferta do rastreamento a partir dos 40 anos, que é faixa etária atual usada pelos planos.

“Isso é um absurdo. Como é que os planos de saúde querem um selo de ‘boas práticas’ se vão piorar o serviço? Hoje, eles já são obrigados a cobrir a mamografia a partir dos 40 anos, e agora, para ganharem uma certificação, terão que negar esse exame a milhares de mulheres? Estão trocando vidas por um selo! O Ministério da Saúde deveria estar preocupado em melhorar os serviços do SUS e, não, fazer com que os planos de saúde piorem a qualidade para serem certificados”, critica a senadora.

Em nota, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirma que realiza uma consulta pública que sugere como um dos critérios de pontuação a realização de rastreamento do câncer de mama com mamografia em mulheres de 50 a 69 anos, seguindo métrica usada pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), mas nega que possa haver mudança no rol de cobertura dos planos privados.

“Estamos diante de um risco real para a saúde das mulheres brasileiras. O governo precisa explicar essa decisão, que claramente prioriza a economia dos planos de saúde em vez da vida das pacientes. Não vamos aceitar retrocessos no combate ao câncer de mama, e o Ministério da Saúde será responsabilizado por qualquer aumento nos casos avançados da doença por falta de diagnóstico precoce”, diz a senadora.

Mara Gabrilli questiona o Ministério da Saúde, nos requerimentos, sobre quais estudos científicos fundamentam a recomendação do INCA, quem participou da proposta de certificação da ANS e quais evidências apontam que o rastreamento do câncer de mama entre50 e 69 anos é mais efetiva que sua condução a partir dos 40. Ela também articula a realização de audiências públicas no Congresso para ouvir especialistas e entidades médicas sobre o tema.

Projeto na Câmara

O assunto tem mobilizado parlamentares. A deputada Rosana Valle (PL-SP) protocolou na Câmara nesta semana um projeto de lei que determina aos médicos da rede pública que indiquem mamografia para mulheres a partir dos 40 anos, com realização anual do exame e não a cada dois anos, como ocorre hoje.

“É importante dizer que, 22% das mortes por câncer de mama no Brasil ocorrem em mulheres com menos de 50 anos. Este dado evidencia como a doença pode ser agressiva nessa faixa etária e como a detecção precoce é crucial para se reduzir a mortalidade no País”, afirma Rosana, que é presidente da Executiva Estadual do PL Mulher de São Paulo.

 

(Estadão Conteúdo)

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