Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de outubro de 2019
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral foi condenado a mais 33 anos de prisão por crimes investigados na Operação Lava Jato. Na sentença, Wilson Carlos da Silva Carvalho e Sérgio Castro de Oliveira, ambos auxiliares e operadores financeiros de Cabral, também foram condenados. O ex-governador foi condenado pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, totalizando US$ 85,383 milhões.
De acordo com a decisão assinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, com a ajuda de doleiros, Carvalho e Oliveira “constituíram, financiaram e integraram uma organização criminosa que tinha por finalidade a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, fraude às licitações e cartel em detrimento do estado do Rio de Janeiro, bem como a lavagem dos recursos financeiros auferidos desses crimes”.
Com relação a Cabral, Bretas salienta que o ex-governador foi o principal idealizador dos esquemas criminosos, tendo culpa maior do que os demais. “O condenado Sérgio Cabral foi o grande fiador das práticas corruptas imputadas. Em razão da autoridade conquistada pelo apoio de vários milhões de votos que lhe foram confiados, ofereceu vantagens em troca de dinheiro. Vendeu a empresários a confiança que lhe foi depositada pelos cidadãos do estado do Rio de Janeiro, razão pela qual a sua culpabilidade, maior do que a de um corrupto qualquer, é extremamente elevada”, disse Bretas.
Parte da pena de Cabral foi reduzida pelo fato de ele ter entregue à Justiça um patrimônio estimado em R$ 40 milhões, mas o judiciário não reconheceu como atenuante a confissão do ex-governador por não ter provas suficientes.
Em nota, a defesa de Sérgio Cabral informou que irá recorrer da decisão tomada pela Justiça Federal. De acordo com os advogados, o ex-governador já teria sido condenado por fatos idênticos.