Sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Spielberg e John Williams, diretor e compositor celebram parceria que gerou filmes clássicos como “Tubarão”, “E.T.”, “Jurassic Park” e “A Lista de Schindler”

Steven Spielberg achou que John Williams estava lhe pregando uma peça. O compositor sentou-se ao piano e tocou o hoje célebre tema associado ao tubarão. O diretor caiu na gargalhada: como aquelas notas repetidas poderiam funcionar? Mas Williams insistiu. Repetiu diversas vezes o tema. Spielberg finalmente cedeu. E, anos mais tarde, afirmaria: “Posso dizer que metade do sucesso do filme eu devo a ele”.

Tubarão, de 1975, foi a segunda colaboração dos dois, que se conheceram em 1973 na preparação do longa “Louca Escapada”, o primeiro de Spielberg. Assim, comemoram este ano cinco décadas de trabalho conjunto, que produziu momentos marcantes como “E.T.”, “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”, “A Lista de Schindler”, as séries “Jurassic Park” e “Indiana Jones”.

Os dois celebraram no dia 12 de janeiro em um encontro na American Cinematheque, em Beverly Hills, a parceria de 50 anos, que segue viva: “Os Fabelmans”, novo filme de Spielberg, traz mais uma vez a música de Williams, de 90 anos.

“Acredito que a parceria entre Spielberg e Williams tem a mesma importância que o trabalho desenvolvido por Federico Fellini e Nino Rota”, diz o maestro Jamil Maluf, diretor da Orquestra Experimental de Repertório, que desde 1994 realiza o projeto Cinema em Concerto e, em 1995, fez a primeira de muitas apresentações dedicadas a trilhas do compositor. “Williams é um excelente orquestrador, sua escrita para os metais descende de Richard Strauss. E há também a atmosfera que ele cria, a magia que ele cria em filmes como E.T., a partir de uma simplicidade absurda.”

Maluf também cita como exemplo a música para “Guerra nas Estrelas”. A série foi criada e dirigida por George Lucas, mas Spielberg teve sua participação, como conta o compositor Alexandre Guerra, que tem no currículo as trilhas sonoras de mais de 130 filmes e séries de televisão. “Foi ele quem sugeriu o nome de Williams para a trilha. Lucas queria que o compositor adaptasse a obra Os Planetas, de Gustav Holst. Mas Williams insistiu e se propôs a criar algo com essa atmosfera, mas original.”

Guerra coloca a importância de Williams em um contexto histórico. “O início da música para filmes teve nascente na música sinfônica. O autor da primeira trilha da história foi Camille Saint-Saëns, e depois vieram nomes como Sergei Prokofiev, que trabalhou com Sergei Eisenstein. Então, é um gênero que nasceu da música sinfônica. Mas em algum momento, com o advento do cinema independente, com produções menores, a música popular, que ganhava evidência, passou a ter uma presença mais forte, um apelo que a linguagem sinfônica acabou perdendo”, ele explica.

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