Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 23 de dezembro de 2024
Uma ponte que liga os municípios de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) cedeu na tarde de domingo (22) e parte da estrutura caiu sobre o rio Tocantins. Há uma morte confirmada e ao menos 16 pessoas desaparecidas, de acordo com o Corpo de Bombeiros do Maranhão, na noite dessa segunda (23).
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, ao menos oito veículos caíram no rio: quatro caminhões, dois automóveis e duas motocicletas. Um deles estava carregado com ácido sulfúrico e outro carregava herbicidas. Os municípios emitiram notas pedindo que cidadãos evitem contato com a água do rio, por risco de contaminação.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) do Tocantins, responsável pelas obras de manutenção da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, é chefiada pelo superintendente Renan Bezerra de Melo, já preso por corrupção.
Parte da estrutura que liga Tocantins ao Maranhão desabou na tarde deste domingo (22), fazendo com que quatro caminhões, três carros e três motocicletas caíssem no leito do rio. Duas mortes já foram confirmadas, e 12 pessoas continuam desaparecidas.
Em 2017, enquanto ocupava o cargo de superintendente na Agência de Transporte e Obras Públicas do Tocantins (AGETO-TO), Renan de Melo foi preso pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Ápia, que investigava fraudes em licitações e contratos de obras, com suspeitas de desvios de mais de R$ 200 milhões do BNDES.
Na mesma investigação, foram denunciados os ex-governadores José Wilson Siqueira Campos e Sandoval Cardoso, além do deputado José Eduardo Siqueira Campos, o ex-secretário de Infraestrutura do Tocantins, Alvicto Ozores Nogueira, e o empresário Wilmar Oliveira Bastos.
O atual superintendente do DNIT no Tocantins foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de peculato, corrupção passiva, crime do colarinho branco e lavagem de dinheiro.
Entretanto, em 2020, o processo foi enviado à Justiça Eleitoral após o entendimento de que o dinheiro desviado foi utilizado para financiar ilegalmente campanhas eleitorais. Desde então, o caso tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins, no qual Renan de Melo é um dos réus.
Em 2023, Melo foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a chefia do DNIT no Tocantins. O nome foi indicado pelo deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO), integrante da base aliada do governo.