Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 13 de agosto de 2023
Imagine um cenário em que os céus não apenas derramam gotas de água, mas também joias preciosas, cintilantes e reluzentes. Agora, imagine que essas joias são diamantes, uma das pedras preciosas mais cobiçadas em todo o mundo.
Parece material de ficção científica, mas, na verdade, existem alguns planetas do nosso Sistema Solar, onde a chuva é composta, literalmente, por diamantes.
Esse fenômeno impressionante ocorre em Urano e Netuno. Nessas regiões profundas, a pressão é tão intensa que o carbono presente, normalmente na forma de metano, pode ser submetido a transformações químicas que resultam na formação de pequenos diamantes.
Durante a maior parte da história da humanidade, esta ideia nem sequer existia na cabeça das pessoas. Mas apenas há relativamente pouco tempo, começaram as teorias e especulações sobre a possibilidade que parecia inacreditável.
Como acontece
O fenômeno da chuva de diamantes em Netuno e Urano ocorre devido a um processo no qual as altas pressões e temperaturas nas camadas internas desses planetas gigantes de gelo e gás podem causar a formação de diamantes que, eventualmente, caem em direção ao núcleo.
À medida que esses diamantes se formam, eles se tornam densos o suficiente para superar as forças de flutuação e começam a afundar em direção às camadas mais internas do planeta.
Cerca de quatro décadas atrás, a ideia de diamantes caindo em planetas gigantes de gelo foi proposta. No entanto, somente em 2017 uma equipe de cientistas alemães e americanos conseguiu confirmar essa teoria.
Usando simulações de computador, os pesquisadores demonstraram que as condições nas camadas internas de Urano e Netuno eram propícias para a formação de diamantes.
Podcast
Esse conceito foi discutido em um podcast da NASA, onde a astrofísica Naomi Rowe-Gurney explicou mais detalhadamente o estado atual dessa concepção teórica.
“Dentro do planeta, quando está muito quente e muito denso, esses diamantes se formam e se acumulam, e depois ficam ainda mais pesados. E isso significa que eles chovem na atmosfera. Mas não é a chuva que vemos aqui porque essas pressões são extremas e você nunca pode chegar lá como humano. Portanto, mesmo que esses diamantes existam, nunca poderíamos ir buscá-los”, explicou a cientista.