Sábado, 23 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de novembro de 2024
Parlamentares e lideranças de direita próximas a Jair Bolsonaro avaliam que o plano para matar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, o vice eleito, Geraldo Alckmin, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes, revelado pela Polícia Federal (PF), mudaram o clima sobre uma eventual prisão do ex-presidente.
A leitura desse grupo é que os detalhes do plano de golpe, que incluía o assassinato das maiores autoridades do Brasil, ajudam a construir um ambiente que fortalece a prisão. Ainda mais com a conclusão do relatório final da PF sobre a tentativa de golpe de Estado que indiciou Bolsonaro, ex-integrantes de sua equipe e militares nessa quinta-feira (21).
Para esses aliados, a investigação da Polícia Federal que prendeu os militares envolvidos no plano traz fatos que implicam diretamente Bolsonaro.
Entre esses episódios está o fato de um dos autores do plano, o general da reserva e na época secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Mário Fernandes, ter imprimido o esquema operacional do homicídio dentro do Palácio do Planalto em um momento em que Bolsonaro, ainda presidente, estaria no local.
“Conforme evidenciado na presente investigação, exatamente no referido período em que MARIO FERNANDES imprime do planejamento operacional, verificou-se que os aparelhos telefônicos dos investigados RAFAEL MARTINS DE OLIVEIRA (JOE) e MAURO CESAR CID estavam conectados a ERBS que cobrem o Palácio do Planalto. Nesse mesmo horário, o então presidente da República, JAIR BOLSONARO também estava no Palácio do Planalto”, diz o documento da Polícia Federal.
Além disso, a investigação revelou o papel central do general da reserva Walter Braga Netto, que o foi o ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice-presidente em sua chapa em 2022, no plano golpista. A PF aponta que ocorreu na casa dele, em 12 de novembro de 2022, uma reunião com outros militares para debater o plano sobre o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes.
O grupo também acredita que as chances de o ex-presidente reverter a sua inelegibilidade caíram por terra. Os parlamentares aliados a Bolsonaro, assim como o próprio, acreditavam que o ex-presidente poderia se beneficiar por uma futura composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com nomes que o próprio indicou ao Judiciário.
Com o projeto de assassinato descoberto pela PF, porém, os congressistas avaliam que não há mais ambiente político para esse tipo de debate. Além disso, os próprios integrantes do TSE e do STF sempre negaram qualquer possibilidade de Bolsonaro se tornar elegível para 2026.