Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 13 de abril de 2022
O dia 31 de julho de 2021 pode ter sido o divisor de águas da história do tênis feminino no Brasil pós-Maria Esther Bueno. Naquele dia, Luisa Stefani e Laura Pigossi conquistaram a medalha de bronze nas Olimpíadas de Tóquio, a medalha mais improvável (e mais comemorada) da história do país. Superaram quatro match points, uma apendicite, a falta de entrosamento, o fuso horário, a correria de testes de covid-19 e viagens longas para subirem ao pódio.
Desde então, as tenistas brasileiras têm superado recordes históricos, daqueles não vistos desde o fim da carreira de Maria Esther Bueno, uma das maiores tenistas da história, com 19 títulos de Grand Slam nos anos 1950/60. Luisa Stefani chegou ao top 10 do ranking mundial de duplas (está lesionada desde setembro) e venceu torneios importantes, Bia Haddad venceu duas vezes tenistas top 3 do ranking, está na melhor fase da carreira e fez final de duplas de Grand Slam, e Laura Pigossi fez final de WTA nesta semana e subiu 86 posições no ranking.
A semana de Laura foi iluminada em Bogotá. Começou no qualificatório, em que precisou ganhar dois jogos para entrar na chave principal, depois venceu quatro jogos até atingir a decisão, inclusive com triunfo sobre a colombiana Camila Osorio (33º do ranking). A brasileira vive a melhor fase da carreira e pode subir ainda mais no ranking.
Muitos poderiam imaginar que a lesão de Luisa Stefani, em setembro, poderia esfriar um pouco o boom do tênis feminino no Brasil. Afinal, ela era nossa principal atleta e, durante uma histórica semifinal de Us Open, despencou em quadra após torcer o joelho, já com a certeza que seriam muitos meses ausente. Mas não foi o que aconteceu. Beatriz Haddad, Carolina Meligeni e Laura Pigossi seguiram, semana a semana, anotando feitos históricos.
Beatriz Haddad chegou à final de duplas no Australian Open, venceu duas vezes uma tenista número 3 do ranking mundial e seguiu sua ascensão no ranking. Carol Meligeni fez a primeira final de WTA de sua vida, enquanto Laura passou sucessivas semanas melhorando a melhor classificação da carreira, até a 126ª posição desta segunda-feira após o vice-campeonato no WTA de Bogotá, Colômbia.
Na história, apenas três brasileiras conquistaram um título de simples da WTA: Maria Esther Bueno, Niege Dias e Teliana Pereira. Na última semana, Laura foi vice em Bogotá. Bia, em 2017, tinha sido a última a disputar uma final, também com o vice em Seul (Coreia do Sul).
O boom do tênis feminino gira em torno do “acreditar”, como as próprias atletas já falaram em entrevistas. Se Luisa e Laura conseguiram uma medalha olímpica mesmo com todas as circunstâncias citadas, as outras atletas poderiam também conquistar grandes resultados. E os resultados estão aparecendo.
Nesta semana, tem a fase das Américas da Billie Jean Cup, a antiga Federation Cup, em que a equipe brasileira terá que vencer para tentar ir ao Grupo Mundial. Argentina e Paraguai são as principais rivais.