Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de julho de 2022
Quando alguém começa a tossir ao nosso lado, já acendemos o sinal de alerta, mas nem sempre a tosse é sintoma de doença. Nas ocasiões mais comuns, ela é ocasionada por agentes irritantes, como fumaça, gases e uso de tabaco. Contudo, qualquer tosse precisa ser observada, principalmente se ela é persistente. Segundo Rosemeri Maurici, professora da Universidade Federal de Santa Catarina e membro da Sociedade Brasileira de Pneumologia, aqueles pacientes que estão tossindo há mais de 14 dias precisam investigar o motivo.
“As tosses que a gente não se preocupa são aquelas que duram poucos dias, normalmente entre cinco e sete. A causa mais comum são as infecções virais, principalmente do trato respiratório superior. Mas em alguns casos em que há uma complicação bacteriana, essa tosse pode se estender em até 14 dias. Qualquer evento que persista além disso preocupa, e a gente deve procurar ajuda médica para identificar a causa”, aponta Rosemeri.
As tosses mais comuns são a tosse seca e a produtiva — quando existe a presença de muco. Porém há os casos mais graves como a tosse paroxística (tosse súbita incontrolável, com tossidas rápidas e curtas em uma única expiração), com sangue (podendo ocorrer em função de sangramentos em regiões que não sejam os pulmões ou as vias respiratórias) e carregada (com uma presença grande de catarro, que pode ser sinal de uma doença mais séria).
Causas mais comuns
A pesquisadora relata as causas mais comuns das tosses persistentes e a melhor maneira de tratá-las.
“De tosse persistente, as mais comuns são asma brônquica, que é uma doença crônica das vias aéreas; e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), causada pelo hábito tabágico (de fumar). O fumante já tem tosse persistente ou tosse crônica, e quando ele desenvolve a doença, essa tosse apenas muda de característica, ficando mais intensa e acompanhada de outros sinais e sintomas”, diz a professora.
Rosemeri também lista outras doenças que causam tosses persistentes, como as bronquiectasias (dilatações ou tortuosidades dos brônquios, às vezes causadas por cicatriz de uma infecção anterior), tuberculose pulmonar e quadros pós-virais agudos. A tosse também pode durar em pacientes com Covid-19 longa. Neste caso, ela pode ser acompanhada de falta de ar e fraqueza.
Qual a cura
A professora elenca alguns cuidados, como boa hidratação, higiene das vias aéreas e usar máscaras. Mas ressalta que a tosse não deve ser coibida por si só. Deve-se tratar a doença que está a causando.
“Se tomarmos uma medicação para coibir a tosse, perdemos a chance de fazer o diagnóstico e podemos precipitar infecções de vias aéreas. A tosse é um sinal de que algo na via aérea não está funcionando adequadamente e está se manifestando através dela. Portanto, não é recomendado o uso de xaropes sem a prescrição de um médico”, conclui.