Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 7 de janeiro de 2025
O presidente eleito Donald Trump disse nessa terça-feira (7) que vai buscar a implementação de uma política de não construção de parques eólicos durante seu segundo mandato, ameaçando bilhões de dólares em projetos de energia eólica planejados.
“Vamos ter uma política onde não serão construídos aerogeradores”, disse Trump durante uma longa tirada contra a energia eólica, em uma coletiva de imprensa em seu resort Mar-a-Lago, na Flórida.
Trump, que prometeu um decreto executivo no primeiro dia de seu governo visando os parques eólicos, sempre foi claro em seu desprezo por essa fonte de energia. No entanto, seus comentários de terça-feira representaram a maior ameaça até agora do presidente eleito.
Como presidente, Trump terá ampla autoridade sobre a aprovação de projetos multibilionários planejados para a costa dos EUA, assim como parques eólicos propostos para grandes áreas de terras federais.
Trump criticou a fonte de energia renovável por ser muito cara e prejudicial ao meio ambiente e às baleias. Trump destacou, em particular, um projeto de 200 turbinas eólicas planejado para a costa de New Jersey, uma aparente referência a um projeto sendo desenvolvido pela EDF Renewables e pela Shell. Outras empresas cujos projetos eólicos podem estar sob ameaça incluem Avangrid, Orsted Invenergy LLC.
“Eles poluem nosso país”, disse Trump. “Ninguém os quer e são muito caros.”
Trump, que lutou contra um projeto eólico visível de seu campo de golfe em Aberdeen, na Escócia, sempre criticou essa fonte de energia e até chegou a afirmar falsamente que as turbinas eólicas causam câncer. Os defensores da energia limpa disseram que a política anti-eólica de Trump aumentaria os custos da eletricidade e eliminaria uma fonte de energia americana.
Em alta
As fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, são os segmentos que mais crescem no setor elétrico, de acordo com o Departamento de Energia dos EUA, impulsionadas por créditos tributários federais, regras estaduais de energia renovável e avanços tecnológicos que reduziram seus custos.
Em 2022, Joe Biden sancionou a Lei de Redução da Inflação, garantindo bilhões de dólares em subsídios para energia solar e eólica por mais uma década, como parte de seu esforço mais amplo para descarbonizar o setor de energia até 2035 a fim de combater as mudanças climáticas.
Antes da eleição, Trump criticou a lei por ser muito cara e prometeu rescindir todos os fundos não gastos alocados por ela — uma ameaça que, se concretizada, poderia dar um banho de água fria no boom de energia limpa dos EUA.
Mas, para isso, seria necessário que os parlamentares, inclusive aqueles cujos Estados se beneficiaram de investimentos relacionados à Lei de Redução da Inflação, como fábricas de painéis solares, parques eólicos e outros projetos, votassem pela revogação da legislação.