Quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Trump nomeia ex-executiva de luta livre como secretária de Educação

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump nomeou Linda McMahon, ex-diretora executiva da World Wrestling Entertainment (WWE), para chefiar o Departamento de Educação, que ele prometeu abolir.

Os laços de McMahon com Trump remontam aos anos em que ela trabalhou na indústria de luta livre profissional. Ela afirmou tê-lo conhecido pela primeira vez enquanto era diretora executiva da WWE. Ao nomeá-la, Trump destacou sua experiência empresarial, ressaltando seu papel no crescimento da entidade.

Aliada de longa data de Trump, McMahon chefiou a agência do governo americano que apoia pequenas empresas durante o primeiro mandato do republicano. Atualmente, ela é copresidente da equipe de transição de Trump em preparação para seu retorno à Casa Branca em janeiro. Sua missão é preencher cerca de 4.000 cargos no governo.

Quanto à experiência de McMahon na área educacional, Trump destacou seus dois anos no Conselho de Educação de Connecticut e 16 anos no conselho de administração da Universidade do Sagrado Coração, uma instituição católica privada.

McMahon deixou a WWE em 2009, uma empresa de entretenimento focada em luta livre profissional, para concorrer sem sucesso ao Senado dos Estados Unidos. Ela também foi uma das principais doadoras de Trump.

“Doutrinação”

Durante a campanha eleitoral, Trump prometeu eliminar o Departamento Federal de Educação ao retornar à Casa Branca. “Eu digo isso o tempo todo. Mal posso esperar para voltar e fazer isso. Vamos acabar eliminando o Departamento Federal de Educação”, afirmou em setembro durante um comício em Wisconsin.

Na nota divulgada, Trump afirma que “como presidente do Instituto de Políticas America First, Linda tem sido uma defensora ferrenha dos direitos dos pais. Ela trabalhou duro para conseguir a escolha universal de escolas em 12 estados, dando a crianças a chance de receber uma ótima educação, independente de endereço ou renda.”

Ao mencionar a “escolha universal de escolas”, Trump se refere ao plano do Partido Republicano de enfraquecer regras nos EUA que determinam onde uma criança vai estudar com base no bairro onde vive. Em alguns estados, essas normas vêm sendo substituídas por um sistema de vouchers que famílias podem usar para matricular estudantes em qualquer instituição —uma medida com o objetivo, segundo opositores, de fortalecer a educação privada em detrimento das escolas públicas.

Durante a campanha, o republicano prometeu fechar a pasta da Educação, dizendo que o órgão “doutrina jovens com material político racial e sexual inapropriado”, uma acusação repetida por boa parte do Partido Republicano, hoje sob domínio quase completo de Trump.

Nos últimos anos, estados governados pela agremiação se voltaram contra o ensino de questões raciais nas escolas, e alguns aprovaram leis exigindo a presença de bíblias e o ensino religioso cristão na sala de aula.

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